“O segredo da vida é saber quando ir embora.” - Danny Rayburn, a ovelha negra da família na série “Bloodline”
Sejemos cinseros e analfabéticos: assim como a geração do primeiro homem a pisar na Lua, vocês, meus leais detratores, poderão contar aos seus netos que testemunharam a última Calúnia do Rúbio Negrão: esta.
Verdade. Dolorosa para alguns, auspiciosa para a maioria, mas o fato é que por motivo de força maior, ou, no meu caso específico, esforço menor, pararei. Pararei, quem sabe, para me reciclar, fazer um curso de redação, dedicar-me à arte nobre e milenar de tentar ganhar na Mega-Sena acumulada, ou ficar o dia sem fazer nada, o que, no fim das contas, dá no mesmo.
E pra mim já deu. Quando a bagaça começa a se parecer muito com trabalho, tô fora. Muito fora. Exageradamente fora.
Cenão vejemos e erremos: pode parecer que escrevo as Calúnias sentado num vaso sanitário, como soem fazer certos compositores de funk, só que não. Até porque o banheiro da lan house que frequento é pequeno demais para acomodar ao mesmo tempo um negão, um gabinete, um teclado e um monitor de 17 polegadas.
Pra quem não se lembra, ou nunca se importou, comecei a escrever as Calúnias no longínquo ano de 2010, lá no blog da Flamengonet. De lá pra cá, com duas Copas do Mundo das mais traumáticas no lombo, não conquistei droga nenhuma. Nada ganhei com as letras. Nem fama nem glória nem fortuna nem sabedoria nem mulheres nem ao menos travecos. De onde deduzo a razão de alguns boleiros não darem a mínima pra gramática.
Isso sem falar que na semana passada recebi um ofício da FERJ, segundo o qual eu seria “impiedosamente processado” caso não parasse de criticar o criador Eurico Miranda, e sua criatura, o Cariocão. A princípio, cheguei a pensar que se tratava de um trote do Luiz Antônio Processinho, outro de meus inúmeros desafetos, mas pelos termos da missiva, chulos demais até para um jogador de futebol, deduzi que o estilo literário era mesmo do Rubens Lopes.
Sendo assim, seguirei a vida tuitando e facebuqueando mesmo, porque além de não dar processo nem trabalho, ainda é uma cachaça.
É isto: se nestes quase 5 anos de quinta-colunismo esportivo alguns eu diverti, o mérito é tão meu quanto deles, porque, felizmente, possuem senso de humor. E aos muitos que enfadei, que não riram comigo, que ao menos tenham conseguido rir de mim.
Com um forte abraço aos amigos e amigas, os quais não cito nominalmente para que minha parca memória não cometa injustiças, e sem mais para o momento, toco y me voy.
SRN do RNT.
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