Quisera ser imortal, para viver toda a glória eterna do Flamengo.
Quisera testemunhar eternamente todos os olhares incrédulos, os lábios mordidos e o desgosto estampado no rosto de todos os antis ao se depararem com a imensidão do Flamengo, que põe a prova toda a matemática - que insiste em ter sua teoria desconstruída pela fé rubro-negra.
O flamenguista tem por si, a fome de tornar simples o impossível. De transformar em sim, o não. O flamenguista tem sede de dar novos sentidos a velhas frases. “O ano acabou para tal time”, no Flamengo, por exemplo, se essa frase for dita antes do dia 06 ou 31 de dezembro, ela pode se tornar: “O Flamengo briga por vaga na Libertadores”.
O flamenguista tem a mania de estar sempre desfilando com seu manto e lotando estádios, mesmo quando a fase do time não é a mais brilhante. Deve ser porque o flamenguista é o único carioca que, mesmo em sua pior fase, não deixa de ser o maior.
Muitos dizem que o flamenguista não tem casa. Flamenguistas não foram feitos para cuidar de casa vazia. Foram feitos para fazer qualquer proprietário se sentir um mero visitante. E suas casas foram feitas para ser nossa favela. A casa do flamenguista é o Flamengo. Onde o Flamengo estiver o flamenguista estará em casa.
O Flamenguista sabe como ninguém, que o Flamengo não é representado pelos profissionais que entram em campo duas vezes por semana. Mas por nós, que vivemos essa paixão todos os dias.
Nós? Nós, aqueles nunca morrem de fome ou sede. Nós, aqueles cheios de manias. Nós, aqueles que nunca frequentaram o andar de baixo. Nós, aqueles que vocês consideraram mortos em 2015, mas que podem pintar na libertadores em 2016. Nós, as cores cariocas. Nós, a nação. E se ainda restar alguma dúvida de quem somos, procure no topo da tabela das maiores torcidas do mundo e lá estará o nosso nome.
Prazer, Flamengo.
Ana Beatriz Zayat
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Flamengo até morrer!!!