É uma arte escrever sobre o Flamengo depois de um jogo ruim. Mais arte ainda é ser Flamengo. Muitas vezes o Mais Querido entra em campo e não consegue ao menos fazer o rubro-negro dar um tímido sorriso de Monalisa, já que fora de campo o sorriso não acontece há décadas. Ao contrário, o faz lembrar de uma também famosa e curiosa obra de arte. Estou falando de O Grito - MUNCH, Edvard.
Já disse, aqui mesmo, que o rubro-negro é muito inquieto, não analisa friamente a situação. Mas é claro... Ser Flamengo é ser extremo, é arte, é tudo, menos frio. É, mas alguém precisa ser, principalmente os que escrevem a respeito. Pobres blogueiros rubro-negros... Nem sempre a gente consegue, mas é importante. Estou lidando com a paixão de 45 milhões de pessoas e sempre tento evitar desabafar por desabafar. Acho que seria até egoísmo. Seria? Às vezes acaba acontecendo. Pelo menos pra mim, junto com a palavra 'desistir', 'frio' está fora do vocabulário rubro-negrês, criado pelos nossos seis jovens remadores em 1895 e atualizado em 1912 pelo nosso primeiro ídolo dos gramados: BORGERTH, Alberto.
Desespero total, medo do rebaixamento e mil culpados pelo mal resultado. Mal começa o campeonato e já ficamos loucos, imaginando o pior. E quem pensa no título é chamado de louco, e aí que o rubro-negro enlouquece mesmo. Conviver com tudo isso e compreender, em meio a muito amor e paixão extrema de uma nação, é uma arte. Por que não? Arte é a expressão dos sentimentos do ser humano, não necessariamente materializada. Cada louco com a sua loucura, cada rubro-negro com a sua fé.
São 116 anos pintando corações de vermelho e preto. Apenas duas cores, mas mil sensações simultâneas, um poço de inspirações pra qualquer artista. E elas variam numa fração de segundos, de um palavrão seguido de um soco na parede a um feliz e gritado abraço de gol no sorriso rubro-negro mais próximo. Qualquer artista ficaria louco. Como representar isso em obras? Não faço ideia, mas talvez os outros 45 milhões de artistas rubro-negros possam responder. E deixando de lado as vibrações ruins, espero que todos sejam autores de mais uma bela obra de arte em nossa história: O Hepta. Sim, sou louco e um dos 45 milhões de artistas.
Saudações Rubro-Negras
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CROCE, Renato.
Um comentário:
ME EMOCIONEI. SÉRIO ..
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