A estrofe do hino do Flu é uma bela homenagem aos rubro-negros de todo o
Brasil, mas especialmente aos que foram ao Maracanã na quarta-feira à noite.
Depois de três dias sendo vítimas das piadas do trio
botafoguense-vascaíno-tricolor, o flamenguista acordou de manhã, vestiu o
manto e avisou à cidade. "Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer". E não se
importou com a possibilidade da quarta derrota seguida para o Madureira.
Confiou em Souza, rezou por Obina e viu um time vibrante, mordido e querendo
mostrar para o Brasil que o buraco é mais embaixo.
Só que foi lá em cima que Souza subiu e começou a erigir a goleada. No
banco, o mineiro Ney Franco viu sua seriedade e serenidade serem premiadas.
Mesmo com o gol de empate relâmpago, continuou regendo o martelo
rubro-negro, que demoliu o muro suburbano, que teve Odvan numa noite
vacilante. Uma vitória imponente, da tradição, da camisa e da raça de um
grupo de jogadores que, parece, aos pouquinhos, perceber a mística do time e
da camisa listrada.
E o velho Maracanã, remendado para o Pan, sentiu de novo o peso dos pés do
povo. Pulando, vibrando, escancarando os dentes de alegria. Flamengo mais
uma vez campeão da misteriosamente charmosa e eterna Taça Guanabara.
Que a CIA não confunda as coisas e não mande um relatório confidencial para
Bush, dizendo para tomar muito cuidado com a visita ao Brasil, pois parece
que os sandinistas nicaragüenses voltaram com força total e inundaram de
bandeiras rubro-negras o mais belo estádio do mundo.
Era só o Flamengo. Sempre Flamengo.
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