RAUL
Em 78, Raul cansou-se de ser jogador do Cruzeiro. Não que não gostasse
mais do time, mas julgou que não tinha mais nada a dar ao clube.
Chegou até a anunciar o fim da carreira. Mas voltou, a pedidos, para
mais alguns meses, até que recebeu um convite de Cláudio Coutinho, que
estava montando um grande time no Flamengo, baseado em revelações do
clube, mas com alguns reforços experientes. E Raul chegou assim à
Gávea. No último jogo da Taça Guanabara, o time, já campeão, perdeu
para o Fluminense por 2 a 0. Ele falhou num dos gols e foi barrado por
Cantarelli. Só conseguiu voltar ao gol rubro-negro no início de 80,
quando Cantarelli se contundiu. E aí, mais uma vez, ele era o homem
certo no lugar certo, como já acontecera quando chegara ao Cruzeiro,
em 66. Com a camisa 1 rubro-negra, Raul foi campeão brasileiro em 80,
carioca, da Libertadores e Mundial em 81, brasileiro em 82 e 83. Em
80, estava num sinal de trânsito quando, a seu lado, parou um carro
dirigido pelo técnico Telê Santana: "Conto com você na seleção",
disse-lhe o técnico. Raul ainda foi convocado para os primeiros jogos,
mas, depois, foi posto de lado por Telê. O jogador realmente sempre
apregoou que preferia treinar pouco e jogar muito. Mas não comoveu o
técnico. Mesmo que o Flamengo continuasse a ganhar títulos e seu
goleiro mantivesse a excelente produção. Não ter ido à Copa de 82
talvez seja a única frustração do paranaense Raul Guilherme Plassman
(27/9/44), que parou de jogar em 83 e transformou-se em comentarista
de futebol na TV.
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