Flabasquete: Como era sua relação com a torcida do Flamengo? Você era torcedor do Flamengo antes de jogar?
Alberto: Não. Isso é uma coisa engraçada: eu era vascaíno. Minha família tem descendência portuguesa, do meu avô paterno, então em casa a gente nasceu vascaíno. Eu fui jogar no Flamengo em 86, e mais ou menos em 88, ou 89, eu acabei virando flamenguista, até mesmo por causa dessa questão de identificação com a torcida. Eu me identifiquei bastante com o clube, com a torcida. Eu sempre fui um jogador que teve característica de vibrar muito dentro de quadra, de me empenhar ao máximo, e isso me identificou bastante com a torcida. Até hoje sou flamenguista.
Flabasquete: Flamenguista de ir ao estádio, ir ao ginásio e ver com a torcida?
Alberto: Sim, de ir aos ginásios. Eu nunca fui muito ligado em futebol, foram raríssimas vezes que eu fui ao Maracanã para assistir ao futebol, mas basquete eu acompanho, sou flamenguista no basquete. De vez em quando eu vou, vejo mais pela televisão, mas torço pelo Flamengo sempre. Agora, eu até vou aos estádios quase sempre, porque estou trabalhando com eventos, administro camarotes no Maracanã. Eu estou sempre lá, mas a trabalho. Aí acabo vendo um pedacinho do jogo...
Flabasquete: O que você está fazendo hoje, depois de se aposentar? E como o basquete e o Flamengo te ajudaram na sua carreira pós-esportiva?
Alberto: Eu agora estou trabalhando com produção de eventos. Depois que parei de jogar, fiz faculdade de produção. Era um caminho que jtinha um pouco aberto pela minha esposa, que já trabalhava nessa área. É bom que agora estou trabalhando nessa administração de camarotes no Maracanã, é um trabalho ligado também à área de esportes. Já sei como funcionam as coisas nos esportes, às vezes isso me ajuda, abre algumas portas o fato de eu ter sido jogador de basquete, as pessoas me reconhecem. Isso facilita algumas coisas.
Flabasquete: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira no Flamengo?
Alberto: Nossa, tiveram vários momentos. Cada título que a gente ganhava, às vezes mesmo que não fosse título, determinados jogos, tudo marcou bastante. Acho que, pela importância que teve na época, o tricampeonato que a gente ganhou em 94-95-96 foi o mais importante para mim. Em 94 eu fui o melhor jogador da temporada, nos três anos fui o melhor em assistências, então peguei ali a melhor fase na minha carreira, que eu produzia mais, tive participação mais ativa. Então isso marcou mais.
Flabasquete: Como foi jogar ao lado do Oscar no Flamengo, no final de carreira dele?
Alberto: Foi ótimo. Eu já tinha jogado com o Oscar numa breve passagem na Seleção Brasileira. E tinha aquele negócio de desde criança ver o Oscar, ele era um pouco mais velho que eu, e quando eu era jovem, ele já estava firmado na Seleção Brasileira. A gente sempre tinha ele como um espelho, como um ídolo. Foi muito bom ter jogado com ele, ter convivido mais tempo, conhecer melhor a personalidade dele, poder atuar ao seu lado e participar do último ano de sua carreira, da despedida. Foi importante pra mim e a gente aprende muita coisa. Como exemplo de atleta, de dedicação, pro esporte, a gente pode tirar muita coisa disso convivendo com ele, vendo a maneira de ele ser.
Flabasquete: Foi muito difícil dizer adeus à carreira no seu último torneio, na Liga Sul-Americana?
Alberto: É difícil parar. Eu adoro jogar basquete, até hoje eu jogo basquete, jogo fliperama. Mas eu parei um pouco por eu ter me tocado que já estava ficando velho, e um pouco porque eu já estava tendo algumas dificuldades, de lesões seqüenciais. Um problema que eu tenho na coluna, de desidratação de vértebras, gera lesões na perna, e eu vivia brigando com isso. Na minha última temporada, eu tive algumas lesões, e isso me tirava muito tempo da quadra. Acaba sendo um pouco decisão minha, e um pouco decisão do mercado, que começa a ficar receoso de contratar um jogador que tem um preço meio caro, mas que talvez não vá produzir tanto, ou vai ficar mais tempo parado por causa de lesões. Eu comecei a ter mais dificuldades de me colocar no mercado, e comecei a analisar que nada é eterno e chegou a minha hora de deixar o basquete.
Flabasquete: Do que você sente mais saudades da rotina de basqueteiro, de ir para a Gávea e jogar pelo Flamengo?
Alberto: Acho que mais saudade é dos jogos. De jogar e estar ali presente com a torcida, principalmente a torcida do Flamengo.
Flabasquete: E no tocante à vibração, à relação com a torcida? Quem você acha que lembra mais?
Alberto: Nesse ponto, acho que quem lembra mais é o Duda. Ele é mais vibrante, vai mais para a torcida, ele puxa. Ele tem mais esse negócio de vibrar, de ser mais emotivo.
Fonte: Flabasquete.com
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