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domingo, 18 de outubro de 2009

Ser Flamengo - Dani Souto

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Sou rubro negra desde criançinha. Morava em um apartamento que tinha uma varanda enorme e todo o final de tarde, antes do Sitio do Picapau Amarelo, ficava jogando bola na varanda. E a minha posição em campo dependia da camisa do Flamengo que eu vestia. Eu tinha uma cinza de goleiro e uma branca com número 10.

Se eu tivesse com uma camisa cinza, com listras em toda a manga e com o numero 1 atrás, eu era goleira. Jogava a bola na parede e pulava pra pegar. Quando pegava soltava: "Sensacionaaaaaaal Raulaaaaaaa" Sim sim. Porque Raul é para homem. Eu, com 4,5 anos e menina, não podia gritar Rauuuuul. Tinha que proteger as mulheres.

No dia que eu vestia a camisa branca, com a manga vermelha e preta com o número dez pegava a bola e ficava chutando na parede... Quando eu acertava um chute que eu achava respeitável, eu gritava Ziiiiiiiiiiicaaaaaa!!!! Artilheira do Brasiiiiiiil!!!!!!!!

E assim eu cresci com uma paixão pelo Flamengo inexplicável. Em todas as fases da minha vida eu tenho foto com a camisa do Flamengo. Todas as pessoas que passaram pela minha vida sabem que eu sou Flamengo. Para quem me conhece, isso é referência. É um assunto para se conversar além do tempo bom ou ruim.

Uma vez eu contei a camisas que eu e meu irmão tínhamos do Flamengo. Se fossemos multiplicar pelo preço da camisa hoje, dá pra comprar um carro. Fácil.

Tem um provérbio, poema, sei lá o que mas para mim virou mantra e que muitos flamenguistas conhecem. Isso é dito por mim, sempre que estamos em dificuldades nos jogos. "Serei Flamengo mesmo que a bola não entre, mesmo que o Maracanã se cale, mesmo que o manto sagrado desbote, mesmo que a vitória esteja longe. Serei Flamengo, seja longa a jornada, seja dura a caminhada, Flamengo no peito e na alma, no grito e nas palmas, serei Flamengo até morrer!"

Perdi as contas de quantas vezes fui no Maracanã, não pedi meu dinheiro de volta quando o dirigente disse que devolvia o dinheiro se perdessemos, fiquei com febre na final do Brasileiro em 1992, me ajoelhei em frente a televisão quando nos livramos do rebaixamento em um jogo contra o Cruzeiro, fiquei duas noites sem dormir quando perdemos do Santo André, meus olhos enchem de água quando a torcida começa a cantar, convenço todas as crianças a serem Flamengo, perco a calma quando alguém fala mal do Flamengo e sorrio cada vez que eu vejo um rubro-negro de sangue, de fé, de coração e de alma.

Flamengo até morrer, eu sou!
Dani Souto

4 comentários:

JOAQUIM disse...

Belíssimo texto Dani Souto, parabéns!

SRN

JOAQUIM disse...

Belíssimo texto Dani Souto, parabéns!

SRN

Michel Farias disse...

Que texto bonito, parabéns!!


Abraços!!


http://ofuteboleoscariocas.blogspot.com/

Reinaldo disse...

Jogo no engenhão não, ingresso a 11 reais nãoooo estão querendo ganhar dinheiro a nossas custas num lugar sem se que espaço pra nossa torcida

, isso é o cúmulo da falta de organização, por isso que somos chacotas de paulistas, como disse o batido muricy, falta estrutura no Rio, tenho que concordar...

galera comoção geral, deixou chegar fudeu...

http://flashownet.comze.com

kj