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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A estrela de Lico Brilhou

Finalmente, chegava a hora de Lico.

A estréia da nova formação não poderia ter sido mais contundente, justo nos históricos 6-0 sobre o Botafogo. Lico, junto com toda a equipe, estraçalhou e fez até gol. A seguir, o embalado Flamengo faria 6-1 no Americano, novamente com gol e grande atuação do novo número 11 que, mesmo sem aparecer muito, encaixava-se como uma luva na proposta de jogo de Carpegiani. Mas logo Lico viveria seu momento de estrela.

Domingo, dia de Fla-Flu, válido pelo Terceiro Turno do Estadual de 1981. Jogo extremamente badalado, pois uma vitória deixaria o Flamengo a um passo do título do turno. O Fluminense ainda brigava, e se vencesse embolaria a disputa. Durante toda a semana, falou-se no clássico. 120 mil ingressos vendidos. O Secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, em visita ao Brasil, confirma presença no jogão. Sol a pino, o Flamengo faz 1-0 com Nunes e domina, mas esbarra na forte defesa tricolor. Até que, já na segunda etapa, aos 4’, Tita sai jogando pela direita com Lico. Adílio se aproxima, e os três iniciam uma lenta triangulação. Quase caminham com a bola. Estão preparando o bote. Zico sai da área, vem buscar jogo. Recebe de Tita e aprofunda a Lico, que de repente dispara em direção à área. Lico recebe e faz o pivô com Adílio, que lhe devolve de primeira. O tricolor Edinho, craque, capitão e referência do Fluminense, um dos grandes zagueiros do Brasil, jogador de seleção brasileira, sai no combate de Lico. Pois o sabiá Lico, com um simples toque, deita o estrelado Edinho ao chão, como um mero beque de roça, e entra na área. O goleiro Paulo Vítor sai da meta confiante, fecha o canto. Ainda não conhece Lico. O catarinense ergue a cabeça e apenas sussurra à bola um toque de seda, impõe-lhe uma trajetória macia, amanteigada. A pelota viaja por cobertura e se abriga no reconfortante leito das redes. Um gol antológico, de placa, espetacular, que faz explodir o Maracanã aos gritos de "Lico, Lico".
O Flamengo venceria a partida por 3-1, mas naquele dia todos os elogios, prêmios e festa tinham um só dono: o craque magrelo que se descobriu tardiamente, o tímido passarinho que veio do Sul e que, do alto de sua condição de coadjuvante, conseguira transformar uma equipe temida numa máquina de triturar adversários.

Seu espetacular gol no Fla-Flu foi escolhido um dos dez mais belos de 1981 pelo programa "Gols do Fantástico" daquele ano.

Fonte: Blog do Adriano Melo

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