Desde a quarta feira passada, quando o Flamengo venceu o primeiro jogo desse grande duelo contra o Corinthians, eu não conseguia raciocinar futebol. Mesmo que tivesse vencido o primeiro jogo atuando melhor, não era possível prever o que o segundo jogo reservava. Nào tive sequer a audácia de descrever a imponente vitória com um homem a menos, onde o Flamengo calou os críticos e maliciosos, que diminuiam o Flamengo até a várzea, gerando fatos que tem como objetivo desistabilizar os adversários do Corínthians, para que a chance de possíveis vexames sejam minimizados.
Digo isso porque, embora acreditasse na classificação rubro-negra, não vi ninguém cravar com segurança um palpite. Aqueles que o fizeram, era porque tinham interesse em reafirmar o favoritismo corinthiano, nessas mesas redondas paulistas, pois era uma maneira de estimular a auto-estima e trabalhar o psicológico do jogo. Então qualquer opinião emitida que não fosse meramente descritiva sobre o último jogo era leviana.
Mas passado o turbilhão juntamos os cacos. E o prejuizo é alvinegro. Primeiro pela expectativa mais uma vez frustrada pela conquista da Libertadores. Essa coisa de obsessão não me convencia, mas faz sentido. O Corinthians é o sonho da imprensa paulista de transformar um clube de massa de São Paulo no maior clube brasileiro, como o fez com maestria a Rádio Globo nas Décadas de 40 e 50 com os esquadrões rubro-negros de Leônidas e Dida, e na década de 80 como o time de Zico, nos empurrando guela abaixo a propaganda do "Timão Poderoso", manipulando pesquisas, impetrando fatos que conduzem as pessoas de menor personalidade a modificarem seus gostos e aptidões. Porque isso representa crescimento econômico e melhores contratos, logo, times mais fortes e títulos. O sonho do Corínthians é ter os títulos do São Paulo e a torcida do Flamengo.
Já a máxima do deixou chegar faz-se mais uma vez mística. O impressionante metabolismo rubro-negro regenera o organismo infectado em corpo são, e a camisa vira armadura espartana, mas o exército rubro-negro tem que estar coeso. Nem torcida, nem time sozinhos desequilibram. É uma unidade que como um casamento vira um só corpo, e a relação tempo-espaço se transforma e algo simplesmente acontece. Nada que a lógica explique, irracional. O Flamengo do primeiro tempo foi o time versão 2010. O time do segundo tempo foi o Campeão Brasileiro. E o corinthians sentiu o que é o poder, percebeu que contra o imponderável nào existem manipulações e holofotes, tão valorizado por seu treinador Mano Menezes.
Foram bonitas as explicações. O desabafo do presidente, maestro dessa orquestra midiática que usa do poder financeiro inerente ao nosso estado mais poderoso para comprar emissoras com anúncios publicitários e formadores de opiniões que são garotos propagandas dos interesses de um único clube, e não profissionais isentos. Foi bonito ver o vaidoso técnico se rendendo ao óbvio, justificando seu fracasso diante de "um dos maiores clubes do mundo". Foi maravilhoso ver Ronaldo com cara de traquinas cobrado por aquilo que não pode mais fazer, mas que o dinheiro levado às últimas consequencias o levou a ludibriar milhões de pessoas com falsas promessas. Se queimou com as duas torcidas. E é claro, ver a imprensa paulista se render ao Flamengo e à derrocada corintiana, quando no início do ano nem sequer citavam o campeão brasileiro entre os favoritos.
Na verdade, a classificação do Flamengo foi linda. O que eu esperava desse time se concretizou: corresponder na hora certa. E fizeram em alto estilo.
2 comentários:
Obrigado Warley pela força e de colocar meu trabalho num site tão conceituado. Estou adicionando este blog entre os meus favoritos.
Saudações
VAleu Duda. Quando quiser, me avisa. Se quiser colaborar eventualmente, será muito bem vindo.
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