Pesquise no Flamengo Eternamente

Pesquisa personalizada

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Repórter justifica maior espaço na mídia para Fla: 'Interessa a mais gente'

Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Enquanto a Seleção Brasileira sonhava com o hexacampeonato, o Flamengo disputava amistosos pelo país. Em Boa Vista, milhares de torcedores da capital de Roraima passaram a madrugada acordados para receber o time no aeroporto. Uma demonstração da força do Rubro-negro carioca presenciada pelo repórter de “O Globo”, Carlos Eduardo Mansur, que naquela época trabalhava como assessor de imprensa do clube.

No jornal carioca, Mansur passou para o outro lado ao cobrir o clube entre 2008 e 2010. Relatou o título do Campeonato Brasileiro em 2009 e o frustrado ano seguinte, primeiro da gestão de Patrícia Amorim. Neste período escreveu o livro “Meu maior prazer”, em parceria com o jornalista Luciano Ribeiro. A torcida pelo Flamengo sempre foi clara.

 - Nunca escondi. Eu respeito o jornalista que não revela o seu clube. Mas acho que a primeira forma de ser honesto com quem te lê é você revelar. Você pode não revelar, mas dizer que não tem clube é a primeira mentira que você está contando ao seu ouvinte, leitor ou espectador - disse.

*************************

Uma história comentada nos bastidores do futebol diz que o Flamengo seria muito mais vitorioso se não sofresse vários mandos e desmandos. 

- É normal que um clube do tamanho do Flamengo gere tanta discussão. Quem trabalha no Flamengo tem que estar pronto para lidar com esse tipo repercussão e saber administrar da melhor forma. Em geral, as pessoas que tiveram êxito no Flamengo tiveram êxito com a mesma efervescência e turbulência. Apenas souberam lidar com isso e não se deixar governar de fora para dentro. É preciso se adaptar a estas características. Mudar o perfil do Flamengo não seria legal. Ele tem a sua cara e deve ser vencedor, ou não, do jeito que ele é.

Mas o Flamengo não poderia alçar voos mais altos se não fossem estas questões internas? 

- Ele vai ter suas grandes conquistas no momento em que ele tiver uma gestão capaz de levar essas conquistas mesmo com essa realidade. Eu não acredito que o Flamengo, um dia, se torne um clube fechado, sem discordâncias políticas. No Flamengo, às vezes isso extrapola um pouco, mas um certo limite de discussão ou de oposição de posicionamento é básico.

O que tem de diferente em cobrir o Flamengo e os outros clubes? 

- Tudo o que envolve o interesse de 30 milhões de pessoas tem uma repercussão maior. Coisas que são notícia no Flamengo não seriam em outros clubes. Cada um tem a sua cultura. Eu cobri o Vasco no período em que ele passava por uma transformação muito grande. Saiu daquele coisa fechada do Eurico (Miranda, ex-presidente do clube) para uma coisa mais relaxada, no bom sentido, do Roberto (Dinamite, atual presidente). Um pouco mais aberta e democrática. Nem sempre tão competente no início da gestão, mas conseguindo arejar o clube em termos de pensamento, de discussão interna. Foi um momento bem saudável do Vasco. No Fluminense talvez a cobertura seja um pouco mais difícil para a imprensa. Talvez seja o clube mais fechado, com acesso aos jogadores mais restrito. O Flamengo tende a ser mais aberto, tem mais vozes e gera mais notícias em decorrência disso. Cada clube tem o seu perfil.


E essa crítica de torcedores de outros times de que o Flamengo tem mais espaço, o que eles chamam de "Fla-Press"? 

- Tem o interesse mercadológico. Você imagina se eu sair daqui e levar um tombo, isso não vai ser notícia. Se o Presidente da República escorregar e cair na rua isso vai ser notícia. Isso interessa a todo mundo porque é uma figura exponencial do país. Então, se você tem um clube que mexe com 30% da população brasileira, é óbvio que qualquer pequeno fato é notícia. O que que é notícia? É uma combinação de vários fatores. Entre eles, relevância específica do tema e a quantidade de pessoas que têm interesse em saber daquilo. Se a medida em que interessa a mais gente, os fatos que acontecem no Flamengo são mais notícia.


.

Nenhum comentário: