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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Homenagem a Nonô

            Claudionor Gonçalves da Silva, o Nonô, nasceu em 1899 e, segundo o site Fla-Estatística, disputou 141 jogos pelo Flamengo entre 1921 e 1930, marcando 122 gols.
            O atacante altíssimo e mulato ajudou o Fla a conquistar o Campeonato Carioca em 1921, 1925 e 1927.
               Em 1921 , o Flamengo lutava ´pelo bicampeonato carioca, já que havia conquistado o título estadual no ano anterior. Manteve o time base da conquista do carioca de 1920 com nomes como o goleiro Kuntz, Sidney Pullen, Candiota e Junqueira e contratou Nonô e Orlando. Mas não foi muito bem no primeiro turno. Empatou em 1 a 1 com o São Cristóvão, perdeu para o Bangu por 4 a 2 (os gols do Fla foram marcados por Nonô). Mas venceu o América por 4 a 0 com dois gols de Nonô, um de Sidney Pullen e outro de Candiota; Porém, como o Fla perdeu para o Americano por 5 a 0 e empatou com o Bangu por 3 a 3, o primeiro técnico da história do Clube, Ramon Platero, foi substituído pelo zagueiro Telefone, que passou a atuar tanto como jogador quanto como técnico. Vale destacar a emocionante vitória por 4 a 3 contra o Flu (com dois gols de Junqueira , um de Nonô e um de Candiota para o Mengão e três de Machado para o Flu), o empate em 2 a 2 contra o Bota (os gols rubro-negros foram marcados por Junqueira e Japonês). Fechando o turno o Fla empatou com o Andaraí por 3 a 3 (os gols do Fla foram marcados por Sidney Pullen, Nonô e Junqueira.
No segundo turno, o Flamengo goleou o São Cristóvão por 6 a 3 (com três gols de Galvão Bueno, dois de Sidney Pullen e um de Nonô para o time rubro-negro), empatou com o América por 3 a 3 (gols de Junqueira, Nonô e Telefone para o Fla). mas perdeu para o Andaraí por 3 a 2. Empatou com o Flu em 1 a 1 (com o gol de empate do Fla sendo marcado por Junqueira), mas venceu o Bota de virada por 3 a 1 com dois gols de Candiota e um de Junqueira e derrotou o Bangu por 2 a 0 (gols de Candiota e Nonô).
          Como ao final dos dois turnos da competição, América e Flamengo terminaram empatados com 15 pontos, foi realizado um jogo extra entre as duas equipes para decidir o Carioca de 1921. O Flamengo jogou com Kuntz, Burgos e Telefone, Rodrigo, Sidney Pullen e Dino, Galvão Bueno, Candiota e Junqueira, Nonô e Orlando. O América entrou em campo com Tomich, Peres e Barata, Osvaldo, Miranda e Avellar, Barroso, Gilberto, Chico, Muniz e Ribeiro. Chico cruzou e o goleiro rubro-negro se enrolou pondo a bola para dentro. Nonô empatou a partida com um chute entre as pernas do goleiro do América. Que frango! Com esse gol, Nonô foi o artilheiro do Fla no campeonato, já que marcou onze vezes na competição. O jogo foi para a prorrogação. Candiota aproveitou uma bola mal rebatida por Avellar e fez o gol do título: 2 a 1 Flamengo! A torcida rubro-negra comemorou o bi carioca com um desfile de corsos, fazendo muita festa pelas ruas da cidade.
          Em 1923, ano em que nasceu a rivalidade entre Flamengo e Vasco (tema de que tratarei em uma próxima coluna) e nosso maior rival conquistou o título carioca pela primeira vez, Nonô foi o artilheiro do Campeonato com 17 gols. Pela primeira vez um jogador rubro-negro conseguiu esse feito.
         Em 1924, no dia do aniversário do Mengão, o Flamengo enfrentou o Paulistano, que contava com o ex-goleiro do Fla Kuntz e Friedenreich, grande craque do futebol brasileiro na época do amadorismo. Friedenreich fez 2 a 0 para o time paulista, mas o Flamengo virou o jogo com atuação fantástica de Nonô, que marcou três gols. Junqueira fez o quarto gol rubro-negro, fechando o placar.
         No ano seguinte, o Flamengo fez uma campanha espetacular no Campeonato Carioca. Contando com craques que jogavam pela Seleção como o goleiro Batalha, Hélcio, Penaforte, Japonês, Candiota, Nonô e Moderato, o Mengão só não foi campeão invicto porque perdeu para o Flu por 3 a 1. O Flamengo conquistou o campeonato ao vencer o América por 4 a 0 na rodada final jogando com o seguinte time: Batalha, Hélcio, Penaforte, Japonês, Zito ,Hermínio, Vadinho (Newton), Candiota, Nonô. Aché e Moderato. Os .gols do Fla foram marcados por Candiota , Nonô (2) e Aché. Nonô teve atuação impressionante na competição e foi o artilheiro do Campeonato com 30 gols.
           Nonô também ajudou o Flamengo a conquistar o Campeonato Carioca de 1927, mesmo que o Fla tendo sofrido uma goleada de 9 a 2 para o Bota. Destaco três partidas fundamentais para a conquista rubro-negra. O Flamengo derrotou o Vasco com grande atuação do goleiro Amado e dos atacantes Moderato e Vadinho. Mesmo sentindo fortes dores abdominais, Moderato entrou em campo e participou das jogadas de todos os gols da vitória por 3 a 0 marcados por Vadinho. Nos dois primeiros gols, Moderato cruzou duas bolas certeiras na cabeça de Vadinho, que não perdoou. No terceiro gol, Moderato deu longo passe para Vadinho fechar o placar. Depois do jogo, Moderato foi para o hospital ser operado de apendicite supurada, pondo sua saúde em risco por amor ao Mengão. Na penúltima rodada da competição o Flamengo venceu novamente o Vasco por 2 a 1 com gols de Nonô e Vadinho para o Mengão. Faltava vencer o América para o Fla conquistar o título. Vale lembrar ainda que o ex–zagueiro rubro negro Penaforte jogou pelo América no Carioca de 1927, o que fez o jogador ser vaiado pela torcida do Flamengo por todo jogo, desestabilizando o adversário e contribuindo para a vitória rubro-negra. Jogando com Amado, Hermínio, Hélcio, Benevenuto, Seabra, Rubens, Chrystolino (Nilton),Fragoso, Vadinho, Nonô (Frederico ) e Moderato, que ainda se recuperava da cirurgia de apêndice e demonstrou muita raça ao disputar a partida com uma cinta abdominal, o Mengão venceu o time rubro por 2 a1 com gols de Nonô e Moderato para o Flamengo e Celso para o América. Mais um título carioca conquistado pelo Mengão com muito amor ao Manto Sagrado e comemorado com muita festa pela torcida!
       Infelizmente, Nonô morreu de tuberculose em 1931 aos 32 anos, deixando saudade na torcida rubro-negra. Mas deixou seu nome gravado na história do Mengão como um dos grandes artilheiros da história do Clube.

Fontes:

Assaf, Roberto e Martins, Clóvis. Almanaque do Flamengo. São Paulo. Editora Abril : 2001.
          Vaz, Arturo, Júnior, Celso e Filho, Paschoal Ambrósio. 100 anos de bola, raça e paixão: a história do futebol do Flamengo. Rio de Janeiro: Maquinária Editora: 2012.


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