Pesquise no Flamengo Eternamente

Pesquisa personalizada

quarta-feira, 30 de maio de 2007

As primeiras lágrimas

As primeiras lágrimas

Seriam inúmeros os jogos inesquecíveis. Seriam incontáveis os gols que me fizeram gritar, comemorar, e chorar muito. Seriam poucos os motivos de tristeza, pois ser Flamengo impõe um estado de espírito sempre otimista e alegre.

Poderia eu falar do sacode que o Flamengo deu no Fluminense, em 86, na estréia do Carioca. Uma das maiores e melhores atuações DELE. 3 gols, dribles, raça, vibração. Qualidades que somente o Zico poderia reunir.

Ou até mesmo do Flamengo x Grêmio que levou o jogo pro Olímpico em condições menos dramáticas. O gol de Zico, aos 40 e tanto do segundo tempo, foi o respiro que precisávamos pra mostrarmos ao Brasil quem mandava no futebol em 82.

Mas....houve um jogo. Um único jogo, que talvez seja, até hoje, um dos maiores duelos ocorridos no palco do Maracanã. Um jogo proibido pra cardíacos, um jogo que mudou o rumo da história dos Brasileiros.

E o pior (ou melhor, dependendo do meu coração), é que eu não fui ao jogo. Me lembro que fomos espancados no primeiro jogo, no Mineirão. É, é claro que estou falando da final do Brasileiro de 80. É claro que estou falando dos 3x2 contra o Atlético. E o que relatarei pode caber em 4, 5 linhas. Mas certamente foi o dia em que eu me senti mais Flamengo do que nunca havia sentido.

Com 12 pra 13 anos, eu ainda dependia do meu pai pra ir ao Maraca. Morava em Jacarepaguá, e pra chegar ao Palco, era carro ou 268. E naquele domingo, exatamente naquele domingo, arrumaram uma festa de aniversário de criança pra família Souteiro.

E meus pais, padrinhos da aniversariante, não podiam faltar. Pedi, implorei pra não ir. Mas não tinha jeito.

Me lembro de sair de casa com 1x0 no placar. E ali, escondido de todo mundo, ao ouvir na narração da Globo, ao ouvir o passe de Zico pra Nunes, e o desfecho que todos conhecem, derramei minhas primeiras lágrimas pelo Flamengo.

Mas aquela tarde não era uma tarde qualquer. E ao final do jogo, ao fugir da festa e achar a casa de um vizinho com rádio ligado, aí tive a primeira das crises de choro.


E confesso que não ligo pra quem me critica. Como eu disse no começo do texto, ser Flamengo impõe um estado de espírito sempre alegre. E lágrimas de alegria, por títulos do Flamengo, não tem preço.

=========================

Alexandre Souteiro, conhecido nos blogs como Alex do Triplex, é carioca, administrador, e mora em Curitiba desde 85. Considera Zico Deus, tanto que só se refere a ELE em caixa alta.


Blogged with Flock

Nenhum comentário: