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sexta-feira, 18 de maio de 2007

Começou a Via Crucis

*Começou a Via Crucis*

* Luiz Hélio Alves**

* *

Após a eliminação precoce da Taça Libertadores e da conquista do mais estranho título estadual conseguido pelo clube, o Flamengo entra mais uma vez no Brasileirão sob a incredulidade da nação rubro-negra. Infelizmente, nem mesmo os mais ufanistas (como eu) acreditam, realmente, na conquista do hexa. O pensamento mais corrente no meio da torcida é o de que percorreremos a já habitual via crucis no mais importante campeonato de futebol do país. Claro, essa triste análise somente é compartilhada "intimamente" entre nós rubro-negros. Sim, porque o discurso em resposta às provocações da torcida arco-íris é bem diferente. Nada atinge - nem mesmo entrar numa competição sem grande perspectiva - a nossa auto-estima e nem enfraquece o nosso orgulho flamenguista diante dos outros.

Estranhamente, desta vez a imprensa está um pouco menos cética e crítica em relação ao Fla e alguns jornalistas fizeram prognósticos até bem animadores, afirmando que o Mengo irá lutar "apenas" por uma volta à Libertadores ou, no máximo, para conseguir uma vaga na Copa Sulamericana. Quiçá!

Na verdade, acredito que poderia até sonhar (lutando, obviamente) com o título se ao invés de discursos vazios a diretoria agisse de forma mais eficaz, a fim de reforçar o time nos setores mais carentes de qualidade técnica, como a defesa e o meio de campo. Evidentemente, além de uma estratégia bem definida, falta o dinheiro. Até agora as noticias que nos chegam só remetem à contratação de um atacante. Tudo bem que existem os
problemas de contusão nesse setor, entretanto o problema do Fla está longe de ser no ataque. Os atuais meias (os Renatos) até que são habilidosos, mas não desempenham bem a função de armadores. Com isso, os homens de frente ficam isolados e acabam tendo raras chances de conclusão. E quando isso ocorre, é somente através dos avanços dos laterais que, vez ou outra, efetivam perigosos cruzamentos para a área. No mais, é só luta do Souza ou de quem ocupa a sua vaga. Desse jeito, nem o Fenômeno resolveria. Aliás, nem o Et'oo. E esse nos faz lembrar a falta que o Obina está fazendo. Sua presença transmite uma certa magia que há muito não se via no Flamengo. Não por alguma técnica apurada ou coisas do gênero. Não, a magia do baiano da ilha de Itaparica está na sua empatia com a nação e também por sua estrela que sempre brilha com belos e importantes gols quando o time mais precisa dele. Tanto que o canto já entoa por todo o Brasil: ah, Obina vai voltaaaaaaaaaaar! Senhor do Bonfim e São Judas Tadeu que o tragam mesmo de volta em julho.



*A Via Crucis rubro-negra. Ou porque eu não gosto mais do Brasileirão – *

* *

Vivemos algumas semanas de tirar o fôlego com jogos decisivos e emocionantes. Domingo passado, contra o Palmeiras, foi a pura ressaca da grande festa vivida anteriormente. O cenário era mais que perfeito para um
bom futebol: o Flamengo em campo num clássico nacional, num maravilhoso dia de sol na cidade maravilhosa. E (pasmem) o Maracanã estava terrivelmente vazio.

A nação pressentiu e veio a confirmação. Para nossa tristeza, começou o campeonato brasileiro. Desde a sua fórmula de pontos corridos o time da Gávea não chega sequer entre os cinco melhores. Pior, algumas vezes passou raspando e quase caiu para a segundona. Por tudo isso, mesmo sendo um grande apreciador do esporte bretão, não sinto mais tanto entusiasmo por essa competição como sentia antes, durante toda a minha adolescência, entre os últimos anos da década de 80 e metade dos anos noventa. Não tem mistério nisso. Minha paixão pelo Flamengo é maior, imensamente maior, que a paixão pelo futebol como um todo. Portanto, já começo a esperar o inicio do estadual e da Copa do Brasil de 2008. Porque são apenas nesses campeonatos
curtos, de jogos no sistema mata-mata, que o nosso Flamengo de hoje nos faz lembrar aquele Flamengo da era de ouro. E então a nação pode dar espetáculo, lotar o templo e empurrar o nosso clube para a conquista de mais um campeonato. E então, ao menos no primeiro semestre, mais uma taça abarrota a sala de troféus da Gávea. E então o Brasil inteiro entra em festa, faz carreata, vibra. E então o Mengo dá mais uma volta olímpica.

Que importa se isso só tem acontecido em competições "menores"? Importa é ser feliz. Melhor do que ter ensolarados domingos transformados em dias tediosos e tristes por mais um jogo medíocre onde o Fla é abatido de todos os jeitos e por qualquer um.

Nesse instante me vem na mente o refrão de uma música da banda Plebe Rude que combina muito bem com a nossa espera por dias melhores no Brasileirão.

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