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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Estádio da Gávea

 

Estádio da Gávea

 

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Texto de Roberto Assaf

O Estádio do Flamengo está completando aniversário. Mas a sua história, na realidade, começa em janeiro de 1926, quando um grupo representativo de rubro-negros, liderado pelo presidente do clube, Faustino Esposel, iniciou entendimentos com o prefeito do então Distrito Federal, Alaor Prata, para obter um terreno onde pudesse erguer uma nova sede para os chamados "sports terrestres". A área oferecida, de 34.120 metros quadrados, literalmente às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, chegou a ser descartada, pois parte do quadro social a considerou "um areal de fim de mundo", que dependia em sua parte de aterro e, é claro, de urbanização. Mas a habilidade de Esposel contornou a situação, e o contrato de arrendamento acabou sendo assinado em 2 de março daquele ano. O Flamengo, no entanto, só passou a planejar a transferência das atividades para o local, conhecido então como Freguesia da Gávea, em 1931, na administração Carlos Mamede. Faltava sobretudo, para torná-la uma autêntica "praça de sports", o dinheiro para a construção do estádio de futebol, problema que começou a ser solucionado com a compreensão dos associados, que concordaram com um acréscimo em suas mensalidades. Além disso, foi preciso que o prefeito Pedro Ernesto, atendendo a pedido do presidente rubro-negro José Bastos Padilha, concedesse, através de decreto, um empréstimo de 70 contos de réis para as obras. Em 1935, o projeto de Armando Perry, Raphael Galvão e Ricardo Antunes Júnior, jovens e premiados arquitetos, ganhou a aprovação da Prefeitura. Em 7 de agosto de 1936, o clube promoveu uma festa para o lançamento da pedra fundamental do estádio, que foi enfim inaugurado em 4 de setembro de 1938, já na administração Raul Dias Gonçalves. A obra ganhou tal destaque que a Cinédia, principal empresa cinematográfica brasileira da época, decidiu produzir o filme "Alma e Corpo de Uma Raça", dedicado ao Flamengo. Com direção e roteiro de Milton Rodrigues, mostrava não só a "moderna e arrojada praça de sports" em detalhes, mas também o cotidiano dos atletas do atletismo, do basquete, da esgrima, da natação, do remo, e é claro, do futebol, como Walter Goulart, Domingos da Guia e Leônidas da Silva, representantes do clube na Seleção Brasileira que obteve o terceiro lugar na Copa do Mundo disputada na França. Contagiado pela euforia do quadro social e dos torcedores, que ocuparam todos os 20 mil lugares, o Flamengo perdeu de 2 a 0 para o Vasco na inauguração do estádio, mas devolveu a derrota - que na prática não teve nenhuma importância - em grande estilo na decisão do Campeonato Carioca de 1944, quando venceu o rival por 1 a 0, gol épico de Agustín Valido, restando dois minutos para o apito final do árbitro Guilherme Gomes. Naquele ano do primeiro tri de sua história, na primeira gestão de Dario de Melo Pinto, o estádio teve a sua capacidade ampliada para 25.750 espectadores. Nos anos seguintes, pelo menos três presidentes trabalharam para o chamado Parque Desportivo da Gávea fosse melhorado: Mariano Machado de Oliveira (1945), Hilton Santos (1946) e Orsini Coriolano (1947/48). Mas somente no período 1949/50, durante o segundo mandato de Melo Pinto, é que o Flamengo pôde aumentar consideravelmente a sua área, graças à influência de Melo Pinto, então em seu segundo mandato, junto ao prefeito Ângelo Mendes de Morais. De junho de 1950 em diante, com a inauguração do Maracanã, e com o crescimento sempre significativo da torcida, o pequeno estádio passou a ser utilizado apenas para jogos de menor porte. Mas vale destacar ainda que entre 1962 e 1965, na administração Fadel Fadel, os departamentos dos esportes amadores ganharam mais espaço, com a construção das quadras polivalentes, das dependências do remo, às margens da Lagoa, onde tudo começou, além de cinco piscinas, duas das quais olímpicas, ampliando o terreno da sede para 72 mil metros quadrados. Em 1994, na gestão Luiz Augusto Veloso, o estádio foi batizado como "José Bastos Padilha", uma homenagem ao homem que mais batalhou por sua conclusão.

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