Hoje a nossa Resenha Literária é um pouquinho diferente. Dois livros juntos, do mesmo autor, lidos em sequência e que, de certa forma, se sequenciam.
Os dois exemplares são uma coletânea dos artigos escritos pelo autor, publicitário, em sua coluna no Globoesporte.com - ele é o blogueiro oficial do Flamengo na página. Alguns textos sofreram correções, segundo o próprio autor, mas em essência mantém o mesmo espírito galhofeiro de sua publicação original.
"Manual do Rubro Negrismo Racional" consiste de crônicas escritas entre meados de 2007 e a decisão do Campeonato Estadual de 2009. É um bom arquétipo do rubro-negro, para quem a maior vitória é simplesmente magna e espetacular, e a maior derrota siginifica o cataclisma final dos tempos.
Simplesmente brilhante é a classe e a fleuma irônica com que o articulista debocha dos clubes rivais do "Mais Querido". Somente por este aspecto os livros valeriam a pena. Ironia esta também utilizada contra a diretoria, em especial no primeiro livro.
"Hexagerado" conta, rodada a rodada, a saga que levou o Flamengo ao sexto títilo de campeão brasileiro.
O exemplar possui um grande mérito, que é o de registrar com absoluta fidelidade a montanha russa de emoções vividas por nós torcedores no andamento da competição.
Desde o início claudicante, a má fase de meados do campeonato - quando a zona de rebaixamento parecia mais próxima que o campeonato - até a brilhante arrancada final, está tudo lá. Com direito a brilhantes definições dos adversários:
"Mesmo com Celso Roth no comando e seu pestalozziano elenco, o atletiquinho ocupa a liderança por méritos próprios. Ao contrário de sua psicopata torcida o time mineiro parece ter pleno conhecimento de suas limitações e trata de aproveitar o momento antes de tomarem o inevitável caminho rumo ao Jockey Clube de Assunción, destino final de nove entre dez ocupantes da liderança na primeira metade do Brasileirão. E dizemos isso sem o menor traço de despeito, falamos por experiência própria." (pp.40, antes do jogo do primeiro turno. Profético)
Curioso é que ele em determinada altura do campeonato passa a fazer exatamente a conta que eu fazia: quantos pontos faltavam para escapar do rebaixamento.
Sem dúvida alguma, escrito no calor das horas, é indispensável para se entender a nossa campanha vitoriosa de 2009.
Aliás, confesso que gostei muito mais dos textos agora, com um certo distanciamento, do que na época. Acho que é efeito da emoção maior ou menor, porque as crônicas são muito boas.
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