Começo da História
Reza a lenda que o Flamengo é filho do Fluminense. Conversa. O Flamengo é um pouco mais antigo. Nasceu como clube de remo em 17 (simbolicamente 15) de novembro de 1895. O tricolor só apareceu sete anos depois, em 21 de julho de 1902, e para a prática exclusiva do football.
Mas foi um desentendimento entre nove jogadores e a direção do Fluminense que determinou a criação do Departamento de Sports Terrestres do Flamengo. O ground committee formado por Afonso de Castro, Alair Antunes, Alberto Borgerth e Félix Frias, reuniu-se para escalar o time que iria enfrentar o Rio Cricket no penúltimo jogo do tricolor no Campeonato Carioca de 1911. Borgerth sugeriu que os craques fossem consultados. Afonso foi contra. Argumentou que seria aberto grave precedente.
Os jogadores, à exceção de James Calvert e Osvaldo Gomes, eram favoráveis às substituições de Osvaldo por Arnaldo Guimarães e de Ernesto Paranhos por Alberto Borgerth. Não houve acordo. No dia 21 de setembro, os nove jogadores insatisfeitos com o ground committee reuniram-se na Pensão Almeida, à Rua do Catete, e aceitaram a proposta de Borgerth: venceriam o Rio Cricket e o América, garantiriam o título ao Fluminense, mas abandonariam o clube.
O compromisso foi cumprido. E em 2 de outubro, dia seguinte à vitória de 2 a 0 sobre os rubros, os dissidentes deixaram o tricolor e apresentaram ao Flamengo proposta para a criação de uma seção de futebol, aprovada em assembléia extraordinária realizada na noite de Natal. Transferiram-se para o rubro-negro, além de Borgerth, os players Armando de Almeida, o “Galo”, Emmanuel Nery, Ernesto Amarante, Gustavo de Carvalho, Lawrence Andrews, Orlando Sampaio Mattos, o “Baiano”, Othon Baena de Figueiredo e Píndaro de Carvalho Rodrigues.
O Flamengo cresceu assustadoramente com o futebol. E possui hoje a maior torcida do Brasil graças a cinco fatores: aos primeiros títulos, conquistados em 1914 e 1915; a José Bastos Padilha, que presidiu o clube entre 1933 e 1937, abrindo suas portas aos jogadores negros, especialmente a Domingos da Guia e a Leônidas da Silva; ao atacante Zizinho, que com sua genialidade manteve viva, ao longo dos anos quarenta, a chama acesa por Padilha; ao “Rolo Compressor”, time que ganhou o tricampeonato carioca em 1955; e a Zico, o maior jogador da história rubro-negra, que colecionou títulos no período entre 1978 e 1983.
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