Os dois jogos contra o Palmeiras, um clube pequeno do subúrbio do Rio de Janeiro, registraram fatos importantes na trajetória do Flamengo no Campeonato Carioca de 1920, conquistado pelo clube.
Na partida do primeiro turno, o ground committee, comissão técnica da época, sem jogadores em disponibilidade, viu-se obrigado a pedir socorro ao ex-zagueiro Píndaro de Carvalho Rodrigues. Píndaro tinha apenas 28 anos, mas largara o futebol havia um ano, logo depois de sagrar-se campeão sul-americano pela seleção brasileira, em 1919.
Conhecido como “gigante de pedra” durante a conquista do bi carioca, em 1914-1915, Píndaro ocupava agora o respeitado cargo de médico sanitarista da Prefeitura do Distrito Federal. Mas não deixou de atender aos apelos dos antigos companheiros e se integrou à equipe que goleou o Palmeiras por 5 X 0, no dia 27 de junho. O futebol era amador, e alguns jogadores se inscreviam na Liga, embora raras vezes, como essa, chegassem a jogar. Apesar de ter disputado apenas uma das dezoito partidas do campeonato de 1920, Píndaro também entra na relação de campeões.
No jogo do returno, na Rua Paysandu, o time não passou de um empate em 1 X 1 como Palmeiras. Mas foi nessa data que os jogadores, ao lado de outros atletas rubro-negros, cantaram pela primeira vez o hino tornado oficial pelo Flamengo, sob a regência do próprio autor, o teatrólogo e jornalista Paulo Magalhães, já como parte das vomemorações do 25º aniversário de fundação do Clube.
Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar
Flamengo, Flamengo, campeão de terra e mar
Essa era a letra, para quem não lembra.
No dia seguinte, o clube promoveu um grandioso “festival sportivo” na Paysandu. Houve disputa de provas de atletismo, seguidas de um baile animado pela banda dos “marinheiros Nacionaes”. Sobressaíram nas competições o fabuloso poliatleta Ulysses Malagutti e a associada Célia Lima e Silva, que ganhou a corrida de 50 metros para mulheres.
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