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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Almir Pernambuquinho e a Maior Briga da História do Maracanã


Na final do carioca de 1966, dia 18 de dezembro, contra o Bangu, a apoteose. Almir já suspeitava que dentro do Flamengo tinha jogador subornado pelos dirigentes do Bangu. O goleiro Valdomiro parecia ser um deles. Como desde 1964 o time estava sob administração de Eusébio de Andrade e do seu filho Castor, os reis do jogo do bicho, era bem capaz de ser verdade mesmo.

Entretanto, ao começar o jogo, Almir percebeu que o árbitro Aírton Vieira de Morais, o Sansão, também só podia estar “na gaveta”. No primeiro minuto, o lateral-esquerdo banguense Ari Clemente deu uma entrada criminosa no franzino ponta-direita flamenguista Carlos Alberto. Sansão nem falta deu, muito menos advertência. Antes dos vinte, o meia Nelsinho tomou uma bordoada. Pronto. Como as substituições ainda não eram permitidas à época (exceto a do goleiro), o Flamengo estava reduzido a nove jogadores em condições.

Aos 23 e 26 minutos, o goleiro Valdomiro pareceu confirmar as suspeitas de Almir e tomou dois gols bobos. Veio o intervalo e o Flamengo desceu desolado para os vestiários. Almir não. Ele estava muito, muito puto.

O dirigente Flávio Soares de Moura estava ainda mais arrasado. Quase chorando, ele perguntou a Almir:

- Eles vão dar a volta olímpica?

Veio o segundo tempo e logo aos três minutos, Aladim fez o terceiro gol do Bangu. O jogo estava liquidado e tudo o que o Flamengo podia fazer era evitar um massacre maior. Na bola e na porrada.

Aos 25, longe do árbitro, o atacante Ladeira, do Bangu deu um soco em Paulo Henrique, que não fazia mal nem a uma mosca, “uma dama dentro de campo”, nas palavras do próprio Almir. Enquanto os outros jogadores apartavam, Almir correu para dar uma surra em Ladeira que logo correu, com Almir em seu encalço. No meio do caminho, o zagueiro flamenguista Itamar, 1,90 de altura, saltou e acertou um chute no peito de Ladeira. Almir, que vinha na corrida, chegou chutando também. Estava armada a confusão. Ari Clemente entrou na briga e Almir pensou consigo “Tudo o que estiver de camisa de listras vermelhas e brancas é inimigo”. E tome soco e pontapé em todo o time do Bangu.

O incidente ia ficar nisso e o jogo ia recomeçar. Já sabendo que seria expulso, Almir foi para o banco e recebeu uma ordem que nem ele mesmo sabia quem tinha dado.

- Volta, Almir. Acaba de vez com essa palhaçada deles!

Almir voltou ao centro do campo para que o juiz confirmasse a expulsão. Mais de 100 mil flamenguistas nas arquibancadas começaram o coro:

Porrada! Porrada!

Em poucas palavras: foi a maior briga já vista no Maracanã, uma das maiores brigas da história do futebol. Titulares, reservas, comissão técnica, todo mundo entrou na briga. Almir se atracava com dois, três, quatro e não corria da porrada.

Com cinco expulsos do lado do Flamengo (Almir, Silva, Itamar, Valdomiro e o agredido Paulo Henrique) e quatro do Bangu (Ari Clemente, Ubirajara, Luís Alberto e Ladeira), o jogo foi encerrado. O Bangu conquistou seu segundo e até agora último título estadual, mas não deu a volta olímpica.

E Almir saiu do estádio ovacionado pela torcida do Flamengo e ameaçado pela do Bangu, protegido por uma escolta de 10 soldados.

Saiba mais sobre Almir Pernambuquinho em:

http://flamengoeternamente.blogspot.com/2008/04/o-primeiro-bad-boy-do-brasil.html

7 comentários:

Aldevan Junior disse...

Essa história É fabulosa! A primeira vezque ouvi-la foi da voz de um monstro do rádio nacional: Luiz Mendes.

Um abraço!

Jogo Aberto disse...

QUE BRIGA HEINNN DEVE TER SIDO

warley.morbeck disse...

Naquela época os jogadores tinham vergonha na cara

warley.morbeck disse...

Valeu pelas visitas amigos

Thiago Henrik disse...

Pow, me amarrei na história! Deve ter sido de arrepiar...

warley.morbeck disse...

Bom tempo em que os jogadores tinham brio na cara, Thiago.

Anônimo disse...

Almir era muito valente assim como o time que o revelou para o Brasil. SPORT CLUBE RECIFE...
FOI O PRIMEIRO BAD BOY BRASILEIRO...VIU EDMUNDO! CHICO LENDA, TORCEDOR DO GLORIOSO SPORT RECIFE! PST.