Pesquise no Flamengo Eternamente

Pesquisa personalizada

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sueco que jogou no Flamengo lamenta não ter ficado mais tempo





Alheio às crises que atormentam o Flamengo e seus torcedores, um senhor sueco aposentado guarda a imagem de uma Gávea festiva e ensolarada, de uma outra época, em que tornou-se o único jogador de seu país a vestir a camisa rubro-negra. Um feito que Roland "Rimbo" guarda com muito orgulho e exibe em fotos que ele gostaria de enviar ao Brasil. - Foram cerca de três meses apenas, mas uma experiência fantástica. Outros suecos passaram pelo Flamengo naquela época, mas só eu cheguei a jogar. Fosse em outras circunstâncias, eu poderia ter ficado até mais tempo - lembra o ex-atacante Roland, hoje com 68 anos.

Na Suécia de então era comum jogadores ganharem o apelido do lugar de onde vieram. Roland ficou conhecido como Rimbo, nome de seu bairro, localizado no município de Norrtälje, região metropolitana da capital Estocolmo. Em 1966, ele destacou-se ao marcar 16 gols em sua primeira temporada por um grande clube local, o AIK. Foi assim que chamou a atenção de Gunnar Göransson, diretor de uma empresa sueca no Brasil e dirigente do Flamengo. Quando recebeu a proposta de treinar no clube rubro-negro, Rimbo mal acreditou.

- Foi um período em que muita coisa aconteceu na minha vida. Meu filho havia nascido no ano anterior, depois me transferi para o AIK e fiz sucesso logo de cara. Quando soube da possibilidade de ir para o Brasil, aceitei na hora - diz ele, que também trabalhava como carpinteiro, já que a liga sueca ainda não era profissional. Além de conhecer o país então bicampeão mundial, era a chance de escapar do gelado inverno sueco e aproveitar o verão brasileiro. Mas Rimbo não esparava tanto calor e muito menos que fosse ser escalado logo de cara, num amistoso contra o Atlético Mineiro, no Mineirão, em novembro de 1966.

- Cheguei num dia e no outro já fui relacionado para uma partida em Belo Horizonte. Era um jogo à noite mas mesmo assim fazia muito calor. Entrei no segundo tempo e não aguentei atuar os 45 minutos. Quando saí, ouvi muitas vaias e não entendi o porquê, não achei que tivesse jogado mal. Foi então que o meu tradutor me disse que estavam vaiando o técnico, porque não queriam que eu saísse - afirma Rimbo, que não recordava o placar final (2 a 1 para o time mineiro) e nem o nome do treinador, o argentino Armando Renganeschi.

O Flamengo ainda disputava a reta final do Campeonato Carioca, em que Rimbo não estava inscrito. Mas ele lembra impressionado as cenas do jogo decisivo do torneio, em que o Flamengo perdeu por 3 a 0 para o Bangu, no Maracanã, e o rubro-negro Almir Pernambuquinho deu início a uma briga generalizada que pôs fim à partida.



Rimbo somente voltaria a campo dois meses depois do amistoso no Mineirão, num jogo de pré-temporada contra o Vasco, na Gávea. Desta vez, com vitória rubro-negra por 2 a 0. O atacante sueco começou no banco de reservas e entrou no lugar do centroavante César Lemos, o César Maluco, que no mês seguinte deixaria o Flamengo para tornar-se ídolo no Palmeiras. Rimbo também foi embora da Gávea pouco depois e retornou ao AIK, mas acredita ter deixado boa impressão.

- O treinador veio conversar comigo e pediu para que eu continuasse. Mas eu estava com minha mulher e havíamos deixado um filho pequeno na Suécia. Sentia muita saudade dele e já tínhamos planejado voltar. Se as coisas fossem diferentes, talvez eu tivesse ficado. Mas não tenho do que reclamar. Foi uma experiência maravilhosa. Ao falar sobre seu estilo de jogo, o próprio Rimbo admite que não era dos mais técnicos, mas veloz e objetivo. Na terra natal, ficou famoso por características que ajudam a explicar os elogios recebidos na Gávea, raça e valentia, mas também por ser temperamental.

- Acho que se atuasse hoje em dia receberia muitos cartões amarelos - admite, sorrindo.

No Rio, Rimbo dividiu um apartamento em Copacabana com outro jogador sueco também levado para treinar no Flamengo. O zagueiro Kurt Axelsson, já falecido, não chegou a entrar em campo pelo clube carioca. Ao contrário de Rimbo, que disputou apenas duas partidas pela seleção de seu país e passou a carreira inteira na liga local, Axelsson transferiu-se para o Brugge, da Bélgica, e foi titular da Suécia na Copa do Mundo de 1970.

Mas dos suecos levados para treinar na Gávea nos anos 1960, nenhum tornou-se um jogador de tanto sucesso como o atacante Roger Magnusson. Ele virou ídolo do Olympique de Marselha, onde sagrou-se campeão francês em 1971 e 72, e ganhou o apelido de "Garrincha sueco". Magnusson treinou no Flamengo em 1963 e voltou para casa dizendo que o clube carioca somente manifestou interesse na sua permanência quando ele já havia retornado. Rimbo, porém, conta outra versão.

- Lá no Flamengo, eles diziam que Roger nunca se empenhou muito.

Além de Rimbo e Kurt Axelsson, na pré-temporada de 1967 o clube contou com um outro estrangeiro, bem mais famoso, também convidado por Gunnar Göransson: o húngaro Florian Albert, que naquele mesmo ano ganharia a Bola de Ouro de melhor jogador do futebol europeu.

Em casa, mesmo sem saber muitas notícias do Flamengo, Rimbo diz torcer pelo sucesso do clube. Entre suas muitas fotos, exibe com carinho uma em que aparece junto com Axelsson carregando o atacante Silva, o grande ídolo do clube na época. Rimbo diz que, se houver interesse, gostaria de enviar as imagens para o Brasil.

- Talvez possam cuidar melhor delas por lá. Aqui, não sei que fim irão levar. Sou muito grato ao Flamengo. Essa é uma chance que tenho para agradecer por um grande momento que me proporcionaram.

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2012/01/sueco-que-jogou-no-flamengo-lamenta-nao-ter-ficado-mais-tempo.html

2 comentários:

brenao 10 disse...

Não é só no BRASIL, é no MUNDO TODO, MENGÃO, MENGÃO, PENTA CAMPEAO BRASILEIRO, LIBERTADORES,, E MUNDIAL. E MAIS: A MAIOR TORCIDA DO MUNDO:

brenao 10 disse...

TRES ALAGOANOS: TOMIRES, DIDA, E ZAGALO, QUER MAIS