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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Flamengo em 1926

Dois fatos poucos badalados agitaram a vida do Flamengo em 1926. No começo daquele ano, o presidente Faustino Esposel iniciou entendimentos com a prefeitura do então Distrito Federal para encontrar um local onde pudesse erguer uma nova sede para os “desportos terrestres”. Afinal, a família Guinle passara a reclamar a devolução do terreno da Rua Paysandu, que era de sua propriedade. O clube tinha opção de compra, mas não possuía dinheiro suficiente em caixa.

Sócios com alguma influência política chegaram a acreditar na possibilidade de ocupar uma área na Praia Vermelha, na Urca. Mas a burocracia impediu que o negócio evoluísse. Conta o Boletim Mensal de março daquele 1926 que a solução foi aceitar um terreno às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, considerado então “um areal de fim de mundo”, pois dependia de urbanização e até de aterro. O contrato de arrendamento da área, então com 34.120 metros quadrados – metade da extensão que ocupa hoje -, acabou sendo assinado no dia 2 de março.

Outro fato importante aconteceu no dia 15 de agosto, quando o Flamengo venceu o Botafogo por 8 a 1, a maior goleada já aplicada no rival em toda a história do clássico. “A peleja se anunciava interessante, porque a turma rubro-negra estava disposta a vencer a partida e quitar-se assim da derrota do primeiro turno”, destacou o Jornal do Brasil.

O Botafogo entrou com Ribas, Surica e Octacílio; Sorinho, Alfredo e Orlando; Maciel, Ariza, Lolô, Neguinho e Claudionor. E até começou melhor. Mas Ache fez 1 a 0, e os demais gols passaram a sair com naturalidade. O primeiro tempo acabou em 5 a 0. Neco descontou para o Botafogo quando estava 7 a 0. E o próprio Aché tratou de completar o placar, no último minuto. Um autêntico vexame alvinegro.

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