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quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Vídeo Youtube

http://www.youtube.com/watch?v=HLh_QJlvnbU

Através deste e-mail tenho a honra de compartilhar com vocês essa singela e eterna homenagem que vale (e muito) a pena ser guardada a sete chaves, com imagens raríssimas e um texto maravilhoso de Armando Nogueira,
Recordar é viver sim...


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Valeu Fábio :-) 

Texto de Nelson Rodrigues

"Por onde vai, o Rubro-Negro arrasta multidões fanatizadas. Há quem morra com o seu nome gravado no coração, a ponta de canivete. O Flamengo tornou-se uma força da natureza e, repito, o Flamengo venta, chove, troveja, relampeja."

"Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia."

- Nelson Rodrigues

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Enquete



Na Libertadores o Flamengo vai

Ser Bi Campeão

Vice

Semi Finais

Quartas de Finais

Oitavas de Finais

Primeira Fase












Serei Flamengo

Serei Flamengo mesmo que a bola não entre, mesmo que o Maracanã se cale, mesmo que o manto sagrado desbote, mesmo que a vitória esteja longe. Serei Flamengo, seja longa a jornada, seja dura a caminhada, Flamengo no peito e na alma, no grito e nas palmas, serei Flamengo até morrer!

Uma Vez FLAMENGO,

FLAMENGO Até Morrer!!!

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Obrigado Rafael

Pra cima deles

Se o Flamengo não tem o time dos nossos sonhos, pelo menos hoje temos um dos melhores elencos do Brasil. Temos tudo para ganhar qualquer campeonato e encarar qualquer time de frente. Estou muito empolgado esse ano.

Amanhã vamos encarar o Americano longe de Campos, o que não deixa de ser positivo. Mesmo com um jogo a menos ainda somos os líderes do grupo.

Esse é o nosso ano :-)

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Heróis da Nossa História - Algodão




Zenny de Azevedo, o Algodão, foi um dos cinco maiores jogadores do basquetebol brasileiro em todos os tempos. Ele teve um corriculo invejável. Além do titulo de campeão mundial em 1959, conquistou duas medalhas olimpíadas de bronze, em Londres (1948) e Roma (1960). Em doze anos de reinado na seleção brasileira (1948-1960), Algodão participou de quatro olimpíadas (1948. 1952. 1956 e 1969). Três campeonatos mundiais (1950. 1954. 1959) e três medalhas de bronze nos Jogos pan-americano (1951. 1955. 1959). Maior ídolo do basquetebol do Flamengo, Algodão comandou a equipe rubro negra na histórica campanha do deca campeonato estadual (1951-1960). Em 195 jogos disputados ganhou 189.

Considerado um símbolo de amor e dedicação ao basquete, Algodão nunca recebeu salários no Flamengo ou na seleção brasileira. Sempre manteve um estilo de vida simples e tranqüilo, sem nunca deixar Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu. Em reconhecimento, o ginásio do Complexo Esportivo Miécimo da Silva, construído no bairro, foi batizado de Ginásio Algodão.

Aos setenta e seis anos de idade, e ainda dando aulas de basquete na Faculdade de Educação Física Moacyr Bastos, Algodão foi vitima de insuficiência múltipla dos órgãos e faleceu em março de 2001. A quadra, palco de vitórias e atuações inesquecíveis durante toda sua vida, foi o lugar escolhido pela família e pelos amigos para dar seu último adeus. Seu corpo foi velado no ginásio do Colégio Affonso Celso, em Campo Grande. O caixão, coberto com a bandeiras do Flamengo, foi levado para o cemitério da cidade onde nasceu e morou durante toda sua vida no carro do Corpo de Bombeiros.

http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=1119

Essa é do Eterno Bussunda

FLAMENGUISTA – O nativo deste time tem o rei na barriga. Fenômeno típico dos torcedores que já presenciaram esquadrões fantásticos vestindo o uniforme do clube. Carregam certa nostalgia desta época. O Flamenguista possui argumentos velhos, porém eficientes, para ganhar discussões. No Rio, basta falar “campeão do mundo”, no Brasil, basta falar “todo mundo tenta, mas só o Mengão é penta”. É um empolgado de primeira hora. Mesmo na fase ruim, duas boas vitórias bastam para bradar “rumo a Tóquio”. É o time mais popular do país. É o torcedor mais democrático do país também. Gostam também de dizer que todos nascem Flamengo, e alguns degeneram. Nutrem a verdade absoluta que a massa, muitas vezes, é mais importante que o time. E são seguidores de um caso raro de experiência genética. O Flamengo, para ser Flamengo, precisa ser raça e talento. E uma coisa não exclui a outra. Veste com orgulho a camisa rubro-negra, na vitória ou na derrota. E não são monoteístas. Para eles, Zico também é Deus.

BUSSUNDA

domingo, 28 de janeiro de 2007

Texto do Leitor

Trabalho há mais de 20 anos com Marketing e leciono tal disciplina
em cursos de graduação e pós. Sempre digo nas minhas aulas que, antes de ser
professor sou flamenguista, pois mestre tornei-me no decorrer da
vida , enquanto que flamenguista eu já nasci sendo!!!!! Todo e qualquer
estudante de Marketing, mesmo os iniciantes, sabe que o FLAMENGO é a maior
marca do Brasil! Qual marca em nosso país possui mais de 35 milhões de
clientes FANÁTICOS por ela, fidelizados e sempre prontos a atender aos seus
apelos???? Isso representa um share de quase 20% do mercado nacional e não
estou incluindo os milhões de torcedores espalhados pelo mundo todo!Não acho
que o Flamengo teve péssimos Presidentes nos últimos anos, somente porque
esses cidadãos não conseguiram transformar o nosso clube na maior potência
futebolística da América do Sul. Acredito que eles pecaram principalmente em
não saberem conduzir a área de Marketing do Flamengo, fazendo essa marca se
expandir para vários produtos e consolidando cada vez mais a nossa torcida
em todos os cantos do país. Um time como o Mengão precisa de títulos e, para
isso, precisa criar e segurar seus ídolos dentro da casa. Não adianta
revelar o ídolo e deixar qualquer clube europeu levá-lo embora. Por que
a geração Zico, gerou alguns novos milhões de torcedores para o Mengão?
Porque permaneceu no clube até o fim da carreira, isso é uma coisa que
tem que ser pensada. Existem inúmeras ações de marketing que poderiam
estar sendo implementadas para gerar receita, se os marketeiros do Flamengo
não sabem quais são, me perguntem que eu digo! Não é possível que ninguem
tenha idéias para gerar receitas para uma marca que vende até PENTE!!! A
marca FLAMENGO faz a diferença em qualquer lugar, e poderia chancelar
milhares de ações de marketing. Gostaria de propor a formação de um grupo de
marketeiros flamenguistas que, SOMENTE POR AMOR À CAUSA, e sem nenhum tipo
de viés mercenário, criassem um grupo denominado FLAMARKETING , para
discutir e criar alternativas reais e possíveis para gerar receita para o
Flamengo, com o COMPROMISSO da Diretoria, de estar reunida para que
esse grupo apresente num determinado dia, com a presença da Imprensa, essas
ações que poderiam ser realizadas em prol do Flamengo e que teriam a
fiscalização e acompanhamento de uma comissão de auditoria externa , formada
por flamenguistas ilustres que iriam acompanhar e monitorar o decorrer das
ações, para que o dinheiro levantado e arrecadado não suma pelo caminho.

Espero contatos: viniciusnagem@ig.com.br

Abraços e SRN . Em tempo, resido em Curitiba e sou o Presidente
da FLAPARANÁ uma torcida organizada que congrega mais de 400 torcedores do
Paraná e Santa Catarina e que faz a maior zueira quando o
Mengão joga aqui!

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Mande seu text também ;-)

sábado, 27 de janeiro de 2007

Homenagem do Senado ao Centenário do Flamengo

Essa é uma homenagem que o Senado fez na ocasião do Centenário do Flamengo. A palavra foi dada a Artur da Távola. Muito bom, fantástico.

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Flamengo, 100 anos de paixão

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Sr. Deputado Márcio Braga, que aqui representa o Presidente do Flamengo, Sr. Kleber Leite; Srs. membros da Delegação do Clube de Regatas do Flamengo, cujos nomes passo a enumerar: Professor Joaquim Inácio Cardoso Filho, ilustre especialista em esporte, estudioso da matéria; Dr. Hamilton Pinto das Chagas, Conselheiro do Clube de Regatas do Flamengo e Assessor da Presidência; Dr. Bernardo Monteiro de Souza, da direção do Flamengo, representante do segmento jovem que acorre ao comando do Clube. Saúdo, em particular, três atletas que nos honram com a sua presença: Raul Plasmann, conhecido campeão do mundo, ex-goleiro, hoje um especialista na matéria que o consagrou; a grande nadadora, campeã, Patrícia Amorim, hoje coordenadora-geral da natação do Flamengo; e representando os novos jogadores do futebol rubro-negro, o jogador Hugo.

Por que razão o Senado da República dedica o Grande Expediente de uma de suas sessões a um clube no seu centenário? Será apenas porque ele representa um fenômeno sociológico ou popular, como é o caso do Flamengo, ou será que por dentro do esporte latejam verdades profundas, verdades da vida por um lado e políticas por outro? Não falo de verdades político-partidárias. Uso o termo "políticas" em lata extensão, vale dizer: o clube é entidade sociológica de aglutinação espontânea de setores da sociedade, unificados por ideal comum de realização de uma tarefa social: o aprimoramento humano. Clube é escola inortodoxa. É a própria expressão da sociedade em se organizando e o faz a pretexto da realização da prática desportiva só que com finalidade elevada: a de interferir na sociedade, realizando a tarefa para-educacional de aglutinar seres; formar jovens; aprimorar-lhes o caráter; desenvolver físico, mente, sentimentos éticos e associativos, fraternos.

O clube é, portanto, das mais vivas, atuantes e necessárias organizações espontâneas de segmentos sociais. É entidade sociológica e política de grande significado.

Vai mais fundo, porém, a análise do significado de um clube. É-lhe latente um elemento imponderável, misterioso, talvez o mais "encantatório" dentre os que lhe constituem o cerne. Nele pode-se penetrar por intermédio de uma pergunta: qual a razão profunda pela qual se escolhe ou se prefere um clube? O que estuará no fundo de cada um, no momento em que, na infância ou juventude - em geral, na infância -, instala-se o sentimento de amor por cores, uma bandeira, escudo ou legenda? Mistério, porque não se pode delimitar as razões profundas do sentimento de amor por um clube. Mistério, ainda, porque o fenômeno não é mais carioca, apenas. Já é nacional: no Brasil, o Flamengo é o clube mais popular! As pesquisas mostram quanto o Flamengo é estimado. Devido a ele, um sem-número de clubes em todo o País hoje ostenta - orgulhoso - o nome Flamengo.

O Sr. Ney Suassuna - V. Exª permite-me um aparte?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Agradeço a V. Exª até porque honra o meu discurso.

O Sr. Ney Suassuna - É muito fácil paraibano ser do Flamengo. E o engraçado é que só vim me conscientizar disso bem mais tarde, porque, nesse fenômeno sociológico, desde criança, já me manifestava Flamengo e nem sabia porque, talvez pelo charme do Clube. Depois, conferimos que a bandeira da Paraíba tem as mesmas cores do Flamengo e tem escrito Nego que, quando drapeja não se lê bem e muita gente chega lá e pergunta - inclusive o pessoal do Sul -: por que a bandeira do Flamengo no Palácio do Governo? A verdade é que as cores e até o que lá está escrito fazem com que nós, cada vez mais, sejamos Flamengo, sofrendo e nos alegrando com as vitórias e derrotas do Clube.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Muito obrigado, nobre Senador. Realmente, a bandeira da Paraíba tem as cores do Flamengo.

Hoje, 66 clubes brasileiros - alguns amadores -, em 20 Estados, levam o nome Flamengo. E o Estado que mais clubes tem com o nome Flamengo é Minas Gerais, com 18, seguido pela Bahia, com 10. A grande maioria é de natureza amadorística, o que comprova a importância, a força e o significado desta flama.

Flama - eis aí, talvez, outro dos segredos do mistério da paixão rubro-negra. Flamengos eram os holandeses, assim chamados porque seus cabelos eram cor de chama; os cabelos vermelhos dos holandeses eram flamas, em flama "inflamados", flamejantes, flamengos. Os que tinham a flama, a cor do fogo no cabelo, chamavam-se flamengos. No clube, a flama passou-se para o coração. E a praia pela qual os holandeses tentaram invadir o Rio de Janeiro (e não conseguiram), conhecida ficou como "do Flamengo". E da Praia do Flamengo, onde os fundadores do Clube iniciaram a regata há 100 anos, nasceu, então, a idéia do nome Flamengo para o então novel clube. Talvez, por isso, até hoje não haja clube mais inflamado!

Se buscarmos, porém, a razão profunda pela qual se estabelecem identificações de natureza misteriosa entre torcedor (ou a população) e clube, podemos encontrar no Flamengo uma outra identificação - esta sim - merecedora de análise, tanto do ponto de vista sociológico quanto político. O Flamengo é a representação profunda e verdadeira do sonho de identidade e afirmação do povo brasileiro, particularmente dos setores excluídos da sociedade, exatamente os que lhe constituem a base de apoio e lhe trazem a alegria na festa dionisíaca de cada desporto. Não pode haver espetáculo mais emocionante do que ver quando na adversidade - ocasião em que as demais torcidas calam-se deprimidas - a do Flamengo vivificar força, flama, e vontade, expressões genuínas e verdadeiras do esforço dos setores oprimidos da vida brasileira na luta pela sobrevivência e pela afirmação de seus valores. O Flamengo é a representação simbólica da decidida vontade do povo brasileiro de se afirmar e superar limitações ancestrais, as de classe, as decorrentes de preconceitos contra a pobreza e contra a cor. Aqui, deve ter significado simbólico-emotivo, também, a (in)junção da cor negra com a rubra, as duas mais intensas. As cores do extremo das paixões. Cores integrais, oposição de contrários. Na simbologia da relação humana com a cor, esta pode ajudar na interpretação da paixão (formidável) das massas pelo Flamengo.

O Sr. Romero Jucá - Permite V. Exª um aparte?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Ouço com prazer V. Exª.

O Sr. Romero Jucá - Senador Artur da Távola, eu gostaria de me associar às palavras de V. Exª, nesta tarde, de homenagem ao Flamengo. Como Senador de Roraima, quero falar não só em meu nome, mas de todos aqueles que no Estado mais distante da Federação, no Estado mais longínquo deste País, torcem e vivem o Flamengo. Trago, aqui, a homenagem dos roraimenses e, em especial, do torcedor-símbolo do Flamengo em Roraima, que é o Secretário de Finanças da Prefeitura de Boa Vista, o advogado Marivaldo Barçal Freire. O Flamengo, em Roraima, também representa uma força muito grande. Eu diria que o Flamengo é uma religião, como é em todo País. Sem dúvida nenhuma, esta homenagem é justa, e como torcedor do Flamengo desejo me associar a V. Exª para homenagear um time que tantas alegrias dá ao povo brasileiro. Meus parabéns.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Saiba, nobre Senador Romero Jucá, que um, de cada cinco brasileiros, torce pelo Flamengo, segundo pesquisa realizada.

Infelizmente, não é o caso deste orador: sou Fluminense, mas fiz questão de pedir esta sessão especial em homenagem ao centenário do Flamengo.

Certa vez, no Rio de Janeiro, um juiz, o Dr. Elieser Rosa - torcedor do América - em carta a amigo, dirigente da Federação Carioca, propôs a seguinte "boutade": um divertido e afetivo "anteprojeto de lei", que aqui deixo à consideração dos Srs. Senadores, com três artigos.

"Art. 1º. O Flamengo jogará semanalmente em todos os Estados da Federação."

E se estamos na Casa que representa os Estados da Federação, aqui temos, na alegria do juiz Elieser Rosa, uma colocação interessante, nesse ponto de vista.

"Art 2º. O Flamengo vencerá todas as partidas."

"Art. 3º. Revogam-se as disposições em contrário."

Justificava essa sua alegre disposição da seguinte forma:

"O Flamengo dá febre, dá meningite, dá cirrose hepática, dá neurose, dá exaltação de vida e de morte. O Flamengo é uma alucinação.

Quando o Flamengo vence há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas. A vida canta. Os ânimos se roboram. O homem trabalha mais e melhor. Os filhos ganham presentes. Há mais beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder. O Flamengo não deve perder."

E assim, o Flamengo invade a literatura, sai dos campos de futebol, invade a sociologia e a política. Tivemos, na obra de Nelson Rodrigues, outro "Fluminense" que era irmão de um grande rubro-negro, Mário Filho, autor, aliás, de uma bela história do Flamengo, inúmeras referências ao Flamengo como a força vesânica da natureza que, como a música de Vila Lobos, a tudo invade com fragor e vigor únicos.

O nosso Nelson Rodrigues dizia o seguinte:

"O Flamengo tornou-se uma força da natureza. O Flamengo venta, chove, troveja, relampeja."

E a confissão, que nenhum de nós faz, ele fez:

"Cada brasileiro é um pouco rubro-negro. E a alegria rubro-negra não se parece com nenhuma outra, não sei se é mais funda ou mais dilacerada ou mais santa, só sei que é diferente".

José Lins do Rego, o grande romancista de Menino de Engenho, e ardente flamenguista costumava dizer:

"Há no Flamengo esta predestinação para ser, em certos momentos, uma válvula de escape para as nossas tristezas. Quando nos apertam as dificuldades, lá vem o Flamengo e agita nas massas sofridas um pedaço de ânimo que tem a força de um remédio heróico. Ele não nos enche a barriga, mas nos inunda a alma de um vigor prodígio".

Edilberto Coutinho, jornalista, escritor, professor universitário, contista qualificado e "Flamengo" apaixonado, recentemente falecido, é autor de obras sobre o futebol e o Flamengo, como "Maracanã Adeus" (1980), "Nação Rubro-Negra" (1990), "Amor na Boca do Túnel". A propósito de Edilberto cabe lembrar um passagem: em entrevista logo após a publicação do livro Nação Rubro-Negra, a reporter fez-lhe a seguinte e cavernosa pergunta:

- "Já pensou no epitáfio que mais lhe agradaria?"

Resposta: "Aqui jaz o autor da Historia do Flamengo."

Do instigante livro de contos "Amor na Boca do Túnel" retiro do conto "Maracanã, Adeus", o seguinte trecho, expressivo de seu estilo e breve flagrante de uma cena típica do futebol:

"Foi de lascar aquele último dia do Anselmo na Gávea. Fui assistir ao treino. Eu tinha pendurado as chuteiras há um bom par de anos e já estava aqui com a minha lojinha de material esportivo, tocando a vida. Ainda dizia no pé, mas não era mais no gramado, só no asfalto, desfilando pela Verde-e-Rosa no carnaval. Mangueira de fé desde menino, e gostando de Escola de Samba desde o tempo que era coisa do povo, antes de virar esse show espalhafatoso para gringo endinheirado e otário curtir. Mas a Verde-e-Rosa é mais ela, velha Manga querida, e saio todo ano na ala dos estudantes que por sinal não tem estudante nenhum nela. Mas voltando ao Anselmo. Fui lá e vi o compadre no meio da roda. Acabou o bobo, começou um coletivo em dois toques. Aí ouvi um torcedor gritar, cadê o pipoqueiro do Anselmo?, e outro responder continua de bobo na roda como sempre. Será que o Anselmo também tinha ouvido? Tomara que não, desejei na hora. Na primeira bola que perdeu, um assobio. Na segunda, uma vaia. No gol perdido, quando escorou de cabeça para fora um cruzamento na medida muitas vaias e, aí, certamente ele ouviu. Por um instante parou no campo e, parado, percorreu com os olhos todos os degraus da arquibancada, procurando localizar o motivo de tudo aquilo. Gols. Exigiam dele os gols. Quando botaram o passe dele à venda pensei que uma mudança de ares pudesse até ser uma boa. O problema da bebida tinha se acentuado com as brigas mais fortes em casa, a pancadaria, aquela confusão toda, a polícia no meio. Grossa porcaria.

Sei que não sou um jogador de choque, tenho meu estilo. Jogo bonito, é o que sempre disseram, um estilo clássico, muito técnico, sempre fui elogiado assim. Dizem agora que o futebol é força física, então vamos botar esses caras do remo em campo. Tem aí uns bichos remadores que mais parecem uns cavalos de tão parrudos. Vamos soltar no gramado, ver se dá certo esses pesadões jogando bola. Teve essa partida em que tratei de entrar em todas, procurei dividir, tentei abandonar minha característica de jogo, saí de campo com a camisa toda manchada de sangue e o time da gente perdeu."

Agora mesmo o centenário do Flamengo está ensejando vários livros realizados por jornalistas qualificados.

O centenário do Flamengo, portanto, é um fato que tem a ver com algo que desborda os limites da sua própria festa e atinge a sociedade brasileira. O fato de a Câmara ontem o haver homenageado, e, hoje, o Senado, significa que a verdade profunda de um clube tem a ver com a verdade profunda dos vários segmentos de uma Nação. A do Flamengo, repito, é a verdade dos setores oprimidos, é a verdade dos setores esquecidos; é a luta de afirmação; é a luta contra as barreiras que este País insiste em ter na possibilidade de integrar sua sociedade em algo mais justo, mais profundo.

O Sr. Romeu Tuma - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Pois não, nobre Senador.

O Sr. Romeu Tuma - Desculpe interrompê-lo nessa vibrante explanação.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - V. Exª não interrompe; acrescenta.

O Sr. Romeu Tuma - Com alma corinthiana e vindo de São Paulo, a pujança de seu discurso me faz sentir um corinthiano na tribuna. Quero me associar, e em nome do meu Corínthians, à homenagem àqueles que atravessam fronteiras representando tão bem o Brasil, trazendo a essa sociedade sofrida momentos de alegria, por meio do tremular de suas bandeiras nos estádios deste Brasil afora. O Flamengo é a alma do brasileiro, como o é a alma do corinthiano. Não poderia deixar de, nessa homenagem que V. Exª tão bem propôs, saudar a alma flamenguista e desejar que continue nesse caminho vibrante, trazendo mais vitórias aos seus associados, aos seus torcedores, e enaltecendo o esporte brasileiro. Muito obrigado.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Muito obrigado, Senador Romeu Tuma.

Os fundadores do Flamengo foram 15 rapazes idealistas, boêmios, da classe média carioca, que se reuniam nos bares do bairro do Flamengo. À frente do grupo, que àquela altura já havia adquirido dois barcos com nomes interessantíssimos, Pherusa e Scyra, estavam Nestor Barros, Mário Espíndola, José Agostinho Pereira da Cunha, este, o sócio-fundador nº 1 e patrono do Clube.

Estamos em 1995 - cem anos atrás: a assembléia geral é convocada para a fundação do Flamengo, realizada no dia 17 de novembro, no casarão da Praia do Flamengo, 22, local de sua primeira sede social. Ficou decidido que a data oficial da fundação seria 15 de novembro, paralelismo com a data da Proclamação da República e que as cores seriam azul celeste e ouro.

Em 1896, porém, depois de muita discussão, como acontece nos clubes (assim como na política), foi feita emenda ao estatuto, e as cores passaram a vermelho e preto. Deveu-se ao seguinte: as cores azul celeste e dourado desbotavam. O desbotar arrefecia o impulso interno latente em uma camisa com o escudo e as cores de um clube. Descobriu-se, então, que as cores vermelho e preto seriam mais fixas e firmes. E visíveis.

A troca de nome só viria em 1902 para Clube de Regatas do Flamengo, já que o Flamengo, tendo crescido bastante, merecia ser considerado clube. O advento do futebol ocorreria bem depois, em 1911, em decorrência de desavença entre jogadores e comissão técnica do Fluminense, que se havia sagrado campeão naquele ano.

Alberto Borgerth, capitão da equipe do Fluminense, deixou-o e foi para o Flamengo acompanhado de mais oito titulares. Como tricolor, eu gostaria muito de dizer que foi um tricolor o fundador do Flamengo, mas quando Borgerth - membro da equipe de remo Rubro-Negra - fundou o futebol no Flamengo ele já era sócio do mesmo e não mais do Fluminense.

Pouco a pouco, cria-se a Liga Metropolitana de Futebol, em 1905, época, porém, em que o futebol não era o esporte popular e sim o remo. Era costume dizer-se, então, não ser o futebol que levava gente para o remo e, sim, que o remo levava adeptos ao futebol...

Curioso: o chamado "velho e violento esporte bretão", o futebol, que segundo a linguagem da nossa juventude (ainda presente) é "jogo p’ra homem", era considerado pouco viril pelos remadores. Estes, só admitiam o remo (por sua atividade muscular potente), um esporte "p’ra homem".

Sr. Presidente, Srs. Membros da Delegação rubro-negra, Sr. Presidente Márcio Braga, aqui presente, responsável por um dos períodos mais brilhantes da vida do Flamengo, homenagem que tenho que prestar-lhe porque se refere ao período dos tricampeonatos; homenagem também que lhe presto pelo fato de que V. Exª, como Deputado, foi dos principais defensores da existência de uma legislação desportiva moderna, como a que o Brasil hoje tem.

O Sr. Roberto Freire - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Com muito prazer, Senador.

O Sr. Roberto Freire - Não era sobre isso, mas também para atestar o papel que V. Exª desempenhou como Relator dessa matéria da qual eu também, modestamente, participei como Líder do Governo...

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - É verdade. Ajudou muito.

O Sr. Roberto Freire - ...ajudando para que tivéssemos essa moderna legislação que, talvez, até necessite de maior modernização. Mas quero me solidarizar com o pronunciamento de V. Exª e com o centenário do Clube de Regatas do Flamengo. Gostaria também de dizer que sou duplamente rubro-negro: por ser simpatizante do Flamengo e por ser do Sport Clube de Recife. Gostaria de trazer exatamente essa posição, não em meu nome, mas em nome dos torcedores rubro-negros de Pernambuco ao Clube de Regatas Flamengo.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Muito obrigado, nobre Senador Roberto Freire.

Há tempos, dei-me ao exercício interno de escrever sobre clubes de futebol e, independentemente de minha opção pessoal feita na infância pelo Fluminense, do qual fui atleta depois de o haver sido do Flamengo, escrevi o que é ser Fluminense, o que é ser Flamengo, o que é ser Botafogo, o que é ser Vasco. Procurei fazer em matéria de crônica algo antes feito por Lamartine Babo, quando compôs os hinos dos clubes: isto é, exercitar a capacidade de sair de si mesmo e perceber em profundidade a emoção do outro. Um exercício de empatia que para um escritor me parecia importante, como por certo o foi para Lamartine Babo ao compor os hinos de vários clubes cariocas. Mergulho empático nas razões e nas emoções alheias.

Tempos depois, indo à sede do Flamengo, tive o orgulho de ver, por acaso, minha crônica copiada em tamanho grande na sala da Presidência. Não sei se ainda está lá, porque salas de presidências de clubes mudam, assim como salas de diretorias de repartições públicas na mudança de cada governo...

Desejo concluir este discurso de homenagem com a leitura de minha crônica, escrita há alguns anos, e intitulada "Ser Flamengo".

O Sr. Elcio Alvares - Permite-me V. Exª um aparte, nobre Senador Artur da Távola?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Com muito prazer, meu nobre Líder.

O Sr. Elcio Alvares - A tarde de hoje está sendo acrescentada, evidentemente, pelo discurso de V. Exª. Dizia, há pouco, ao Senador Valmir Campelo que tenho pelo Senador Artur da Távola uma admiração que veio dos tempos da sua crônica permanente no jornal O Globo, quando a título de comentar televisão, o eminente Senador produzia, na verdade, crônicas belíssimas que demonstravam sensibilidade de vida, um notável conhecimento da alma humana e realmente se constituíam, na última página do jornal O Globo, em ponto de referência e leitura. V. Exª sabe colocar o encanto necessário em uma oração como essa. Para falar do Flamengo, ninguém melhor do que o Senador Artur da Távola, carioca, e, acima de tudo, com a sensibilidade do tricolor - que também sou, e confesso neste instante -, daquele que tem isenção para falar de um clube que é paixão. O Flamengo é paixão, o Flamengo representa este Brasil imenso. É comovente quando o Flamengo se desloca para outras capitais: a sua torcida é muitas vezes superior à torcida do clube local, o que demonstra que o Flamengo é realmente uma paixão nacional. V. Exª situa muito bem a história do Flamengo e o que ele representa para todos os brasileiros. E é interessante que nós, torcedores dos outros clubes, quando o Flamengo está em disputa internacional, todos vestimos também a sua camisa. O Flamengo recebe uma grande homenagem hoje, com a oração que V. Exª está produzindo, e temos uma alegria imensa por participar disso, porque o Flamengo é um estado de espírito nacional, é um toque que caracteriza o brasileiro. Visitantes que vêm de outros países querem conhecer o Maracanã e o Flamengo, que é uma referência permanente por seu largo prestígio. Portanto, Senador Artur da Távola, junto-me a V. Exª, na condição até de Líder do Governo, porque V. Exª externa um sentimento que está ligado a todos os que amamos este País, e quero proclamar que o melhor presente que o Flamengo poderia ter recebido do Senado é a oração que V. Exª está fazendo a propósito dos 100 anos de vida rubro-negra.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Muito obrigado, Senador Elcio Alvares. A generosidade de V. Exª, como sempre, capitaneia o seu discurso.

Como escrevi o texto que agora lerei há muito tempo - nunca poderia imaginar que, um dia, estaria no Senado e aconteceria o Centenário do Flamengo. Peço-lhes tolerância para escutá-lo. É curto...

"Ser Flamengo

Ser Flamengo é ser humano e ser inteiro e forte na capacidade de querer. É ter certezas, vontade, garra e disposição. É paixão com alegria, alma com fome de gol e vontade com definição.

É ser forte como o que é rubro e negro como o que é total. Forte e total, crescer em luta, peleja, ânimo, e decisão.

Ser Flamengo é deixar a tristeza para depois da batalha e nela entrar por inteiro, alma de herói, cabeça de gênio militar e coração incendiado de guerreiro. É pronunciar com emoção as palavras flama, gana, garra, sou mais eu, ardor, vou, vida, sangue, seiva, agora, encarar, no peito, fé, vontade. Insolação.

Ser Flamengo é morder com vigor o pão da melhor paixão; é respirar fundo e não temer; é ter coração em compasso de multidão.

Ser Flamengo é ousar, é contrariar norma, é enfrentar todas as formas de poder com arte, criatividade e malemolência. É saber o momento da contramão, de pular o muro, de driblar o otário e de ser forte por ficar do lado do mais fraco. É poder tanto quanto querer. É querer tanto como saber; é enfrentar trovões ou hinos de amor com o olhar firme da convicção.

Ser Flamengo é enganar o guarda, é roubar o beijo. É bailar sempre para distrair o poder e dobrar a injustiça. É ir em frente onde os outros param, é derrubar barreiras onde os prudentes medram, é jamais se arrepender, exceto do que não faz. É comungar a humildade com o rei interno de cada um.

É crer, é ser, é vibrar. É vencer. É correr para; jamais correr de. É seiva, é salva; é vastidão. É frente, é franco, é forte, é furacão. É flor que quebra o muro, mão que faz o trabalho, povo que faz país."

Parabéns ao Flamengo no seu Centenário. (Muito bem! Palmas)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

E as férias terminaram…

E as férias terminaram…

Ontem lembrei um pouco dos meus 11 anos, lembrei das férias escolares, caramba, era o máximo, os programas de TV eram totalmente voltados para a garotada, novos desenhos animados, quem não se lembra da Sessão Aventura ? Era bom demais... bola de gude... colocar pipa no alto (ou empinar papagaio...rs*), nesse tempo não tinha coisa pior do que ouvir falar em “acabar as férias”, volta as aulas... Isso “matava” qualquer muleque...

Começar a acordar cedo novamente, essas coisas...

O tempo passa, exatamente 19 anos se passaram, ontem eu acordei me sentindo como se fosse o dia de “voltar as aulas”, mas dessa vez com um sentimento diferente, dessa vez eu estava ansioso por voltar, tinha a certeza de que ia reencontrar amigos e juntos todos iam cantar, apoiar e torcer. Para os Rubro Negros era a volta do Mais Charmoso com a apresentação do Mais Querido, mistura perfeita, no rosto da torcida estava estampada a alegria de torcer com a ansiedade de ver o “novo” time em ação.

Acredito que todos entraram (e saíram) do Maracanã com aquilo que é comum a todo torcedor Rubro Negro, a CONFIANÇA, vi em campo um time guerreiro, com cada jogador se esforçando para cumprir o seu papel, cada um ciente da sua responsabilidade, talvez seja “doideira” da minha parte, mas já no 1º jogo do ano, eu consegui ver um time unido, mais do que isso, um grupo unido, foi muito legal ver todos abraçados cantando parabéns pro Claiton na hora do gol do “Melhor Que O Nilmar”, o apoio do Claiton ao Renato Augusto logo após uma chance perdida, o Léo Moura não só apoiando, mas também defendendo (e muito), enfim, todos com muita vontade, até porque esse ano todos tem “sombra” e aquele que der mole vai perder “a boquinha”.

Reencontrei na arquibancada amigos que a anos não via, todos otimistas e era nítida a percepção de que toda a torcida está “focada” na Libertadores, mas vamos com calma, um passo de cada vez, subimos um degrau ontem e acredito que no clássico contra o Botafogo teremos em campo o grupo que vai seguir ao longo da temporada.

Podem me chamar de louco ou de desequilibrado, mas eu tô “fechado” com esse grupo aê, gostei do que vi ontem, o Ney sabe das coisas e antes que alguém diga que estou otimista ao extremo, lembre que nós já “aturamos” Luciano Baiano, Negreiros, Douglas Silva e tantas outras figurinhas… rs

O 1º “dia de aula” foi animador, se nos esforçarmos e fizermos bem certinho o dever de casa (além de pagar em dia), acredito que teremos bons motivos para sorrir em 2007.

Otimismo é o meu sobrenome !

“... vamos Mengôôô, avante Mengôôô...”

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Texto de Fábio Justino
Nova Iguaçú

"Ah! Obina é melhor do que o Nilmar!"

A Nação homenageia seu "herói". Longe de ser um craque, ele também está longe de ser tão ruim quanto alguns querem fazer parecer.

Vale a pena visitar

http://www.flaestatistica.com/

Site maravilhoso onde se pode encontrar muitos dados da riquíssima história do Flamengo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_Regatas_do_Flamengo

Página sobre o Flamengo na Wikipédia. Vale a pena ler.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Juca Kfouri sobre o Brasileirão de 87

Juca Kfouri esculacha torcedor do Sport

VEJAM O QUE UM TORCEDOR DO SPORT POSTOU NO BLOG DO JUCA KFOURI:

"O BRASILEIRÃO DE 1987
Em primeiro lugar, o país inteiro não comemorou aquela farsa do Flamengo. Você se esquece que a torcida do Sport comemorou sim o campeonato do leão. Está nos anais da CBF e da FIFA! Aquele engodo que você diz ter sido organizado pelo clube dos treze, foi na verdade organizado pela Rede Globo, que tinha na época você, Juca Kfouri, como comentarista e um dos integrantes da editoria de esportes. Assinaram o documento, todos os representantes das equipes que participaram da competição, e depois não cumpriram o que acordaram: O cruzamento com o módulo amarelo. A verdade é uma só: Tanto Flamengo quanto Inter, amarelaram, tremeram, e temeram perder posição para Guarani e Sport, ou o senhor não se lembra dos dois jogos finais entre Inter e Flamengo? Duas partidas fraquíssimas técnicamente, com dois times no bagaço.
Cesar Rosatti | carc2005@bol.com.br"

Resposta do Kfouri
RESPOSTA DO JUCA KFOURY EM RESPOSTA AO BLOGUEIRO CÉSAR ROSSATI SOBRE O TÍTULO BRASILEIRO DE 1987:
VOCÊ ERRA, NO MÍNIMO, 10 VEZES;
1. QUEM ORGANIZOU A COPA UNIÃO FOI O CLUBE DOS 13, COM APOIO DA GLOBO;
2. EU SÓ FUI PRA GLOBO EM 1988 E A COPA UNIÃO FOI EM 1987;
3. O CLUBE DOS 13 REJEITOU O CRUZAMENTO ASSIM QUE A CBF O ANUNCIOU, DEPOIS QUE O REGULAMENTO DA COPA UNIÃO JÁ ESTAVA PRONTO E ANUNCIADO;
4. O INTER NADA TERIA A PERDER EM DISPUTAR O CRUZAMENTO, JÁ QUE TINHA FICADO EM SEGUNDO LUGAR;
5. O PAÍS INTEIRO ACOMPANHOU A DECISÃO FLA X INTER, QUE FOI EM DEZEMBRO DE 1987, ENQUANTO A "DECISÃO" ENTRE SPORT E GUARANI SÓ ACONTECEU EM 1988;
6. A DECISÃO DO "MÓDULO AMARELO", ESSA EM 1987, FOI "REPARTIDA" ENTRE SPORT E GUARANI QUANDO AMBOS EMPATAVAM 11 A 11 NOS PÊNALTIS E "RESOLVERAM" PARAR DE BATÊ-LOS (!!!!!!!);
7. ERAM DA SELEÇÃO BRASILEIRA EM 1987 OS SEGUINTES JOGADORES DE FLA E INTER: JORGINHO, LEANDRO, EDINHO, LEONARDO, ANDRADE, ZICO, RENATO GAÚCHO E BEBETO, PELO FLAMENGO E TAFFAREL, LUIS CARLOS WINCK E PAULO ROBERTO, PELO INTER;
8. SABE QUANTOS DO SPORT?N E N H U M!!!!!!!!!!!
9. FINALMENTE, EM 1988, O CONSELHO NACIONAL DOS DESPORTOS RECONHCEU COMO LEGÍTIMA A CONQUISTA CARIOCA, ALGO QUE A CBF DE OTÁVIO PINTO GUIMARÃES E NABI ABI CHEDID NÃO ACATOU, TANTO QUE SPORT E GUARANI REPRESENTARAM O BRASIL NA LIBERTADORES.
10. EM RESUMO, O CAMPEÃO LEGÍTIMO É MESMO O FLAMENGO. O LEGAL ACABOU SENDO O SPORT.EM TEMPO: E NÃO ME VENHAM COM ESSA BOBAGEM QUE O TÍTULO DO SPORT NÃO É RESPEITADO PORQUE TRATA-SE DE UM TIME DO NORDESTE. PORQUE NINGUÉM CONTESTA A CONQUISTA DO BAHIA EM 1988.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Texto Maravilhoso sobre o Flamengo

Quando alguém quiser entender 1% do que é o Flamengo, leia isso.


OFF: Uma nação sonhando...LEIAM!!!

A oposição não se conforma, mas não pode fazer nada: o Flamengo é um caso de amor entre milhões e o Brasil. Um dia, quando se mergulhar de verdade nos fatores que, historicamente, ajudaram a consolidar a integração nacional, o Flamengo terá de ser incluído. Durante todo o século XX, ele uniu gerações, raças e sotaques em torno de sua bandeira. Ao inspirar um rubro-negro do Guaporé a reagir como um rubro-negro do Leblon (com os mesmo gestos e expletivos, e no mesmo instante), o Flamengo ajudou a fazer do Brasil uma nação.

Mas o Flamengo não é uma abstração histórica. É um complexo de carne, ossos, tendões, músculos. Quando se fala nele, vêm à mente os heróis que, no decorrer das décadas, têm vestido sua camisa e formado times de sonho. Homens como Abelha; Bigu, Onça, Ronaldão e Tinteiro; Manteiga e Dendê; Sapatão, Foguete, Bujica e Beijoca. Epa! Desculpe, peguei a lista errada! Esse é o time do pesadelo. A lista certa é: Raul; Leandro, Domingos da Guia, Reyes e Júnior; Carlinhos e Zizinho; Joel, Leônidas da Silva, Zico e Dida.

Falando sério, poucas instituições serão tão abrangentemente nacionais quanto o Flamengo - a Igreja Católica, sem dúvida, é uma delas, e, talvez, o Jogo do Bicho. E olhe que o Flamengo não promete a vida eterna nem o enriquecimento fácil. Ao contrário, às vezes mata de enfarte e, quase sempre, só dá despesa. Mas uma coisa ele tem em comum com a religião e o bicho: a fé. Esta é a matéria-prima de que as três instituições se alimentam. Mas com vantagem para o Flamengo, porque a igreja só paga dividendos depois da morte e o bicho tanto pode dar quanto não dar - já o Flamengo costuma pagar seus dividendos espirituais toda quarta e domingo. Em termos de alcance dos agentes dessa fé, então, não há comparação possível: o padre e o bicheiro são personagens locais, ao passo que os jogadores do Flamengo, via rádio ou TV, cobrem todo o território e são heróis (ou vilões) nacionais.

Daí ele ser onipresente. O Rio foi seu berço, mas sua casa é o Brasil. Sua camisa vermelha e preta viaja de canoa pelos igarapés; galopa pelas coxilhas; caminha pelos sertões; colore todas as praias; está nos barracos das favelas e nas coberturas tríplex. Suas cores vestem famosos e anônimos, bandidos e vítimas, corruptos e honestos, pobres e grã-finos, idosos e crianças, os muito feios e as muito bonitas. De repente, materializam-se nos lugares mais inesperados: já estiveram nas mãos de Frank Sinatra, no papamóvel de João Paulo II, nos peitos de Madonna.

Mas, principalmente, tomam os estádios, em tantas tardes e noites quantas o Flamengo entrar em campo, não importa onde. Donde talvez não seja cientificamente exata a frase que, de tão usada, logo se tornaria clichê: a de que "o Flamengo é uma nação" - frase criada pelo deputado federal cearense Walter Bezerra de Sá há mais de trinta anos. Mais exato, talvez, seria dizer que, ao contrário, a nação é que é Flamengo. Segundo pesquisas veiculadas por órgão insuspeitos, o Flamengo é o clube de maior torcida do Brasil por qualquer categoria que se queira estudar. Você escolhe: região, sexo, faixa de idade, nível de renda, cor da pele, plumagem política, grau de escolaridade, QI ou quantidade de dentes - é maioria entre os desdentados e os que nunca tiveram uma cárie. Sua presença no Rio é esmagadora: 42% dos cariocas são Flamengo. O restante se divide entre os que se repartem pelos outros clubes e os que, por esnobismo ou enmui, não se interessam por futebol.

Mas sua torcida não se espreme entre a montanha e o mar. Ao transbordar para todos os estados do Brasil, muitas vezes supera a dos próprios times locais. No norte e no nordeste, é esmagadora. Em Brasília, é, proporcionalmente, maior até do que no Rio. Em SP, é mais numerosa do que a da tradicional Portuguesa. É forte até mesmo no sul, onde os times de fora não costumam ter vez. E existem quase cem clubes, profissionais ou amadores, de todos os estados do Brasil, chamados Flamengo.

Bolas, por que não dizer logo? É, disparado, a maior torcida de futebol do mundo. Quando se pensa que, na Espanha, o clube mais popular é o riquíssimo, sério e bem administrado Barcelona, tem-se vontade de chorar. A torcida do Flamengo não é apenas maior que a do Barcelona - é quase igual a toda a população da Espanha! E só por isso deveria ser sagrada para os indivíduos que uma minoria transforma em presidentes do clube.

"Flamengo, o vermelho e o negro" Ruy Castro - Ediouro - 2004

Flamengo, Campeão 1987

Essa é para aqueles que acham que aquele timeco rubro negro genérico de Recife é Campeão Brasileiro.



SPORT-Campeão de 87 !

A GRANDE CONQUISTA (HIPOCRISIA) DE 1987!

João Alfredo chega no Recife após passar trinta anos servindo o exército brasileiro no Haiti. No aeroporto, ansioso, seu filho o aguarda para recebê-lo. Assim que João alfredo desembarcou no saguão, o filho corre para recebê-lo e para contar as novidades.

Percebendo o nervosismo do filho, João Alfredo perguntou:

- Que foi filho? Porque você ta tão ansioso?
- Papai, você não vai acreditar. Nesses trinta anos que você passou fora do país o nosso Sport foi campeão brasileiro.
- Campeão brasileiro? Quando foi?
- No século passado papai! Apesar de ta muito ruim hoje, o Sport um dia já foi grande. Você não sabia?
- Não! Não foi noticiado nada nos jornais. Só tava sabendo do fiasco do centenário. Mas onde foi a final? Maracanã, Mineirão, Morumbi?
- A final foi na Ilha. Não sei o nome do estádio do primeiro jogo, mas foi em algum de São Paulo.
- Em São Paulo? E qual time paulista o nosso time enfrentou na final? Corinthians? Palmeiras? São Paulo?
- O Guarani...
- Guarani?! Final Sport x Guarani. Mais parece final de série B!
- Também foi. Os dois decidiram os campeonatos da segunda divisão e a primeira também.
- Você ta me dizendo que o Sport tava na segunda divisão? E como é que foi campeão brasileiro?
- É que a CBF mudou o regulamento e fez os campeões da primeira e da segundona decidirem o título.
- Então você ta me dizendo que o Sport um dia foi campeão brasileiro, disputando a segunda divisão? Como é que pode?
- Podendo, ora!
- É meio estranho, mas tudo bem, se ganhamos do campeão da primeira divisão é porque éramos melhores mesmo.
Ganhamos de quanto?
- Não ganhamos. Não teve jogo.
- Não teve? Então você tá me dizendo que o Sport um dia foi campeão brasileiro, disputando a segunda divisão e ganhando de WO?
- É porque os times grandes da primeira divisão não reconheciam a segunda divisão como participante da primeira divisão. Para eles campeão brasileiro é quem disputa primeira divisão.(...)
- Então você tá me dizendo que o Sport um dia foi campeão brasileiro, disputando a segunda divisão, ganhando de WO e sem enfrentar nenhum time da primeira divisão?
- Sim.
- Bom, apesar de tudo, o Brasil todo deve ter parado para assistir aquela final inusitada e viu a garra do nosso time.
- Na verdade, não. O jogo nem foi transmitido. Somente a TV Jornal passou e para Recife apenas.
- Então você tá me dizendo que o Sport um dia foi campeão brasileiro, disputando a segunda divisão, sem enfrentar nenhum time da primeira divisão, ganhando de WO e o jogo nem passou na TV? Tá bom, pelo menos posso dizer que sou campeão brasileiro.
- Mais ou menos. É que muita gente não reconhece este título.
- Pô filho, tu tá me dizendo que o Sport um dia foi campeão brasileiro, disputando a segunda divisão, sem enfrentar nenhum time da primeira divisão, ganhando de WO, que o jogo não passou na TV e que ninguém reconhece este título?
- Não foi isso que eu disse. Eu disse que muita gente não reconhece, mas ele é reconhecido sim.
- Reconhecido por quem?
- Pela CBF.
- Só?
- Pela CBF e por nós rubro-negros.
- Peraí, em que ano foi isso?
- 1987.
- Mas filho que eu saiba o campeão brasileiro de 1987 foi o Flamengo.
- Pô, papai, até você? Assim não dá. Desisto.
- Conta outra filho.

Por: Carlos R. S. Júnior
Paranaense, morou em pernambuco, assistiu o penta campeonato do Flamengo e conheceu muitos rubro-negros-amarelos que ainda se iludem com este pseudo-título.

Coletânea de Frases sobre o Flamengo

"O Flamengo tornou-se uma força da natureza e, repito, o Flamengo venta, chove, troveja, relampeja.""Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia."
(A vida é como ela é - Nelson Rodrigues)

"Todo brasileiro é um pouco rubro-negro. A alegria rubro-negra não se parece com nenhuma outra. Não sei se é mais funda ou mais dilacerada, ou mais santa, só sei que é diferente".
(Nélson Rodrigues)

Não, o Flamengo não é "o mais querido do Brasil".É o mais querido do mundo - sua torcida equivale a populações inteiras. E , por isso, talvez seja também o mais odiado - pelos outros"
(Ruy Castro.)

"Ser Flamengo é ir em frente onde os outros param, é derrubar barreiras onde os prudentes medram(...)É comungar a humildade com o rei eterno de cada um"
(Arthur da Távola.)

"Nenhum convite de Hollywood, portanto, impediria Ari Barroso de acompanhar a campanha do Flamengo em 1944 (...) Os brasileiros que o acompanhavam nos EUA ficaram impressionados com a sua reação a um convite formulado PESSOALMENTE por Walt Disney para que assumisse a direção musical da Disney Produtions (...) Ari pediu 24h para dar a resposta - um incisivo não."Why?", perguntou espantado Disney.E Ari respondeu naquele seu inglês incorreto: "BECAUSE 'DON´T HAVE' FLAMENGO HERE."(Ari Barroso)

"Quem um dia experimentou a emoção de ser Flamengo, nunca mais vai viver outra que se equipare"
(Lúcia Veríssimo, atriz global e ex-atleta do Flamengo)

"Quando Jaime estava muito doente e dizia que não podia largar a Charanga, eu não compreendia. Hoje eu entendo, se o Flamengo morresse , eu morreria junto"
(Viúva do criador da tradicional torcida Charanga Rubro-Negra)

"Oh meu MENGAO, Eu gosto de voce..Quero cantar ao mundo inteiro a alegria de ser RUBRO-NEGRA...."
(Grito de guerra da Nação Rubro-Negra)

Ary Barroso

Textos de http://www.samba-choro.com.br/artistas/arybarroso


Qualquer lista dos dez maiores compositores da nossa música popular - os caras que moldaram o que hoje se entende por MPB - tem de ter o nome de Ary. Isso, se não começar por ele. É que tanto pela ordem alfabética quanto cronológica, o cara é o primeiro grande nome.
Mas o maior Ary, o mais apaixonado, a face sua em que depositava maior energia, era o flamenguista. Mais até que compositor, Ary era rubro-negro. Em cada fibra de seu coração. A paixão esportiva não arrefecia nem quando, microfone em campo, ele transmitia futebol pelas rádios do Rio. Aliás, como narrador ele transformou uma função até então enfadonha e burocrática num torvelinho de emoções, inda mais se em algum dos lados do tapetão estavam as cores do seu amado Mengo. Torcia desavergonhadamente. E dê-lhe a gaitinha de boca, que era sua marca registrada para registrar os gols. Gol adversário merecia uma passadinha rápida de boca no instrumentinho. Gol do Mengo incorporava o Edu da Gaita.
O fato é que Ary poderia ter se dado muito bem tanto em Hollywood quanto na Broadway. Não deu porque não quis se mudar pros Isteites - e olha que Disney pediu.- Don't have Flamengo era a invariável resposta. Pra sua mulher Mariúza, confidenciava: - Jamais conseguiria viver num lugar onde todos os botões funcionam. E ponto. Não adiantaram nem as intercessões da amiga e mega-star Carmen Miranda ou de Aloysio de Oliveira, líder do Bando da Lua e consultor de Disney para assuntos de música latina.

Texto de 1980

Essa Matéria saiu na Placar de 1980 :-)

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MENGÃO É BRASIL CAMPEÃO

A maior torcida do país está em festa. Do Rio parte um grito emocionado que há muito estava atravessado na garganta de uma nação: "O Mengo é campeão". Vibra, galera!

PORMARCELO REZENDE E MÍLTON COSTA CARVALHO

Este é um jogo que ninguém – lá da arquibancada, pela tevê ou rádio – viu, ouviu ou assistiu.Começa a partida. O Flamengo parte para a primeira falta, prometida por Tita: um pontapé no joelho de Jorge Valença. Éder corre, Nunes também:

– Calma – diz Nunes – que aqui é o Maracanã e te meto porrada.

São três minutos e o Atlético desce para o ataque. Júnior acerta a perna de Chicão, que retruca:

– Não avança não, filho da ..., que vou te pegar.

Nunes passa perto de Osmar para lembrar-lhe "daquela palhaçada do Mineirão" e prometer vingança. Agora são 7 minutos. Osmar avança e João Leite grita desesperado: "Volta, pelo amor de Deus!" A bola é lançada para Nunes e João Leite abandona o gol berrando para assustar o atacante. Esforço inútil: Nunes toca para as redes e sai gritando um palavrão. Agora é o Galo que ataca e, num chute de Reinaldo, empata o jogo. É a vez de Carpegiani se desesperar:

– Onde está a cobertura dessa merda?

Júnior balança a cabeça.
Raul incentiva e protesta:
– Aqui não tem homem? Isso não é gol que se tome. Vamos entrar firme, dar porrada. Cadê os homens?

Corre a partida. Chicão manda pôr na roda, Chicão pega Zico, que reage:
– Olha aqui, se me pegar de novo eu te quebro.
Vai pra...Chicão coloca o dedo na cara de Zico:
– Sossega, guri.O Fla está acuado. Quarenta minutos. Nunes pega Luizinho – o zagueiro será substituído no segundo tempo por causa dessa entrada na perna. Falta de Valença em Tita. Chicão chama Valença para a área, enquanto Osmar pede a atenção de Cerezo na marcação de Zico. Mas o Galinho aparece só na área e, de virada, faz 2 x 1.Começa o segundo tempo e Osmar acena para o banco, sai. Aos 16 minutos, Raul pega uma bola nos pés de Palhinha, que toca de leve com a bola na cabeça do goleiro:
– O juiz tá prejudicando a gente. Segura o teu pessoal senão o jogo mela.
Raul:
– Isso é guerra. Adoro você mas não entro nessa catimba.

Outro gol de Reinaldo – machucado, capenga, ele empata o jogo. Instala-se uma crise na defesa do Flamengo. Um xinga o outro, Zico grita:

– Agora vamos ganhar. Quero um time de macho. Nesta porra mando eu. O time avança. Zico grita com Júlio César para marcar, ordena que Adílio seja mais rápido. Reinaldo cai em campo – sente o músculo, faz cera, xinga a mãe do juiz.José de Assis Aragão revida:
– Quebro a cara desse moleque. Tá expulso!
Do túnel, Reinaldo adverte:
– Cuidado, vai ser gol! Faz a falta em Nunes. Mata ele, Silvestre!
Nunes invade, Silvestre hesita. João Leite grita:
– Quebra ele, pega firme!

Gol de Nunes, o gol do título. Em seguida, Chicão é expulso. Palhinha, também:
– Tá satisfeito, seu juiz de merda? Você queria o Flamengo, não é mesmo?
Nunes ri:
– Calma, garotada, que agora é que a festa vai começar.
Zico emenda:
– Vai tomar seu banhinho lá dentro e deixa o campeão dar seu baile.

01/06/80 Maracanã (Rio)FLAMENGO 3 X 2 ATLÉTICO-MGJ: José de Assis Aragão (SP);R: Cr$ 19 726 210,00;P: 154 355;G: Nunes 7, Reinaldo 8 e Zico 44 do 1º; Reinaldo 21 e Nunes 37 do 2º;E: Reinaldo, Chicão e Palhinha

FLAMENGO: Raul, Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César (Carlos Alberto). T: Cláudio Coutinho

ATLÉTICO-MG: João Leite, Orlando (Silvestre). Osmar, Luisinho (Geraldo) e Jorge Valença; Chicão, Toninho Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Éder. T: Procópio Cardoso

Essa é para arrepiar qualquer um!!!

"Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Nelson Rodrigues